quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Jornalista é suspenso da Câmara de São Paulo dois anos após fazer críticas em blog


O jornalista Maurício Huertas, secretário de comunicação do PPS e coordenador da liderança do partido na Câmara Municipal de São Paulo, foi suspenso na quarta-feira, por 15 dias, e teve 50% de seus vencimentos cortados. A punição, inédita nos registros do Legislativo paulistano desde 1983, ocorre dois anos após o blog do PPS veicular críticas ao grupo de vereadores conhecido como "centrão". A decisão da Mesa Diretora foi contrária ao parecer jurídico da Casa, que pediu a absolvição do funcionário (ele estava de férias à época). Uma nota no blog do PPS publicada no dia 7 de dezembro de 2010, do qual Huertas é o responsável, comparava os parlamentares aliados do então presidente Antonio Carlos Rodrigues (PR), incluindo a bancada do PT, ao Comando Vermelho, organização criminosa que atuava nos morros do Rio de Janeiro. A nota do blog comentava matéria publicada dois dias antes pelo jornal O Estado de S. Paulo, que mostrava agressão física do vereador Adilson Amadeu (PTB) contra Marcelo Aguiar (PSC), acusado de trair o "centrão" para apoiar na época a candidatura à presidência de José Police Neto (PSD). O relato no site do PPS dizia que a Câmara Municipal estava precisando de uma "unidade de polícia pacificadora", como as que estavam sendo instaladas nos morros cariocas. Logo após a nota, o então primeiro-secretário da Câmara, vereador José Américo (PT), pediu abertura de sindicância contra o jornalista. Huertas também foi atacado em discursos no plenário pelo vereador Adilson Amadeu (PTB), que endossou o pedido de abertura de processo disciplinar interno. Após a sindicância, os procuradores decidiram inocentá-lo em março deste ano. Mas, na quarta-feira, em reunião da Mesa Diretora, os vereadores Dalton Silvano, do PV (segundo vice-presidente), Ítalo Cardoso, do PT (primeiro-secretário) e Toninho Paiva, do PR (segundo secretário), decidiram punir o  funcionário com a suspensão. O jornalista, que foi coordenador de comunicação da campanha da candidata Soninha Francine (PPS), disse que vai recorrer da suspensão.

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