quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Líder de direita na Hungria causa indignação ao pedir lista de judeus


Um político de extrema direita húngaro exortou o governo a fazer listas com os judeus que representam um "risco à segurança nacional", causando indignação entre líderes da comunidade judaica que perceberam na demanda ecos das políticas fascistas que levaram ao Holocausto. Marton Gyongyosi, líder do terceiro maior partido político da Hungria, o Jobbik, disse que a lista é necessária por causa das tensões depois do breve conflito em Gaza e deve incluir integrantes do Parlamento. Os rivais têm condenado os frequentes insultos antissemitas e a retórica dura do partido de Gyongyosi contra a minoria cigana, classificando-os como ações populistas com vistas às eleições de 2014. O Jobbik nunca havia pedido publicamente por uma lista com judeus. "Sou um sobrevivente do Holocausto", disse Gusztav Zoltai, diretor-executivo da Associação Húngara das Congregações Judaicas: "Para pessoas como eu, isso gera muito medo, mesmo que esteja claro que tem apenas fins políticos. Isso é a vergonha da Europa, a vergonha do mundo". Entre 500 mil e 600 mil judeus húngaros morreram no Holocausto, de acordo com o Centro de Memória do Holocausto de Budapeste. Segundo alguns registros, um em cada três judeus mortos em Auschwitz era de nacionalidade húngara. A proposta de Gyongyosi foi feita depois de o secretário de Estado do Ministério das Relações Exteriores, Zsolt Nemeth, dizer que Budapeste defendia uma solução pacífica para o conflito israelo-palestino, beneficiando tanto os israelenses com ascendência húngara como os húngaros judeus e palestinos vivendo na Hungria.

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