quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Municípios gaúchos sem recursos devolvem ambulâncias do Samu para Estado


Falta de recursos financeiros e humanos fez com que municípios do Estado do Rio Grande do Sul deixassem nas garagens ambulâncias enviadas pelo governo no programa do Samu. Com um custo considerado alto demais, duas prefeituras devolveram o equipamento para o Estado. Desde que foi entregue à prefeitura de Erechim, em junho de 2010, a UTI móvel do Samu nunca deixou a garagem municipal. Tampouco o veículo foi equipado com o material necessário para atender a população de quase 100 mil habitantes. O custo para manter o equipamento em funcionamento foi considerado proibitivo pelo Secretário Municipal de Saúde, Plínio Costa Júnior. Para funcionar a unidade de Suporte Avançado necessita de médico, enfermeiros e motoristas disponíveis 24 horas por dia e em todos os dias da semana. Para isto, o valor médio supera os R$ 100 mil mensais, além de mais R$ 80 mil para equipar a ambulância. Isto tudo só para manter a equipe de socorristas, sem contar a manutenção do veículo. Mesmo com a verba repassada pelos governos do Estado e União, o município não conseguiria arcar com o valor. O valor gasto pela prefeitura nos últimos dois anos e meio, contratando ambulâncias da Unimed para o transporte e socorro de passageiros que necessitam de UTI adulta e pediátrica, foi de R$ 104 mil, o mesmo que gastaria para manter por dois meses a ambulância do Samu. A documentação para devolução da UTI já foi enviada ao Estado e agora o equipamento deve finalmente sair da garagem, mas para retornar ao Governo do Estado. A mesma atitude precisou ser tomada em São José dos Ausentes. Conforme o prefeito Erivelto Silval Velho, a prefeitura precisaria de R$ 30 mil mensais para manter a ambulância funcionando, valor considerado alto para o município de 3,3 mil habitantes. Em Santa Maria, o secretário municipal de Saúde, Flávio Brum, pediu ao Estado a doação de uma UTI móvel que está sem utilização, mas ainda não obteve resposta. Em Venâncio Aires, a ambulância também não saiu da garagem. Em Passo Fundo e Frederico Westphalen, a maior dificuldade é encontrar recursos humanos para o trabalho. A UTI móvel de Frederico Westphalen também não saiu da garagem e, além da falta de médicos, a prefeitura não tem recursos para colocar o equipamento em funcionamento. O Rio Grande do Sul tem 266 municípios atendidos pelo Samu. As bases do Samu são 158.

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