sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Receita reduz para 1% estimativa de crescimento real da arrecadação em 2012


A Receita Federal diminuiu para 1% a previsão de crescimento real (descontada a inflação) da arrecadação neste ano. De acordo com a secretária adjunta do órgão, Zayda Manatta, a revisão das estimativas para o Orçamento Geral da União, divulgada no início da semana, motivou a revisão para baixo das receitas do governo. Para que essa estimativa se realize, no entanto, a economia precisará crescer os 2% previstos pelo Ministério da Fazenda no Relatório de Receitas e Despesas, documento com avaliação sobre a execução do orçamento federal divulgada na última segunda-feira. O próprio Banco Central, no último Relatório de Inflação, apresentado em setembro, projeta expansão de apenas 1,6% para a economia em 2012. “O governo não revisou os parâmetros de crescimento do PIB no decreto. A redução do ritmo de crescimento das receitas federais foi provocada unicamente pela incorporação do desempenho da arrecadação em setembro e outubro”, ressaltou Zayda. De janeiro a outubro, a arrecadação federal soma R$ 842,307 bilhões, alta de apenas 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando a inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em março, o crescimento real acumulado era bem maior: 7,32%. Na avaliação de Zayda, os números específicos de outubro indicam mudança nos fatores que têm impactado o caixa do governo. Em outubro, explicou ela, a queda real de 3,87% na arrecadação federal em relação ao mesmo mês do ano passado foi provocada mais por fatores externos do que pelo comportamento da economia. Segundo a secretária, receitas atípicas em outubro do ano passado, que não se repetiram neste ano, como Imposto de Renda sobre a venda de participações em empresas e sobre juros sobre capital próprio, provocaram uma diferença de R$ 2,024 bilhões na arrecadação. Além disso, as desonerações foram responsáveis pela perda de mais R$ 2,425 bilhões apenas no mês passado.

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