segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Supremo Tribnunal Federal manda apurar ação de Marcos Valério no Banco Central


A situação de Marcos Valério vai se complicando a cada dia. Seus quarenta anos de cadeia poderiam lhe acenar com uma possibilidade já nada confortável: cumprir um sexto da pena em regime fechado, depois o semiaberto… Mas ele, definitivamente, não é um réu qualquer, e não só pelo tamanho da pena.  À diferença do que afirmou Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, o mensalão NÃO É uma página virada. Continua agora em processos que correm na primeira instância. O Supremo Tribunal Federal determinou a abertura de investigação para apurar se Marcos Valério de Souza, apontado como o operador do Mensalão do PT, realizou tráfico de influência no Banco Central em favor dos bancos Rural e Econômico. A nova apuração, encaminhada para a Justiça Federal do Distrito Federal, foi decidida em agosto pelo ministro Joaquim Barbosa, após a Procuradoria-Geral da República dizer que há “indícios de que foram praticadas condutas ilícitas” nas gestões feitas por Marcos Valério no Banco Central, que avaliava processos de socorros financeiros às instituições. Marcos Valério já foi condenado no julgamento do Mensalão do PT a mais de 40 anos de prisão e, nas últimas semanas, tem aventado a possibilidade de revelar mais detalhes sobre esse e outros casos envolvendo petistas. A defesa do empresário enviou um fax ao Supremo pedindo para ele ser ouvido e relatando temer por sua vida. Ministros entenderam que a movimentação faz parte de uma estratégia de Marcos Valério para tentar reduzir as penas. A defesa de Marcos Valério receia que a situação dele se agrave ainda mais, no futuro, com investigações desmembradas do processo do Mensalão do PT e enviadas para as primeiras instâncias das Justiças de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Essas apurações não ficam no Supremo por não envolver pessoas com foro privilegiado. Relatório da Polícia Federal, entregue em 2011, afirma que as investidas de Marcos Valério tinham como alvo os socorros financeiros ao Banco Mercantil de Pernambuco, do qual o Rural era um dos donos, e ao Banco Econômico. Esses processos estavam em curso no Banco Central na época do Mensalão do PT. O trabalho da Polícia Federal aponta que Marcos Valério fez 17 reuniões no Banco Central entre 2003 e 2005, oito delas sobre o levantamento da liquidação extrajudicial do Banco Mercantil de Pernambuco, nas quais se apresentava como representante do Banco Rural. Que instituição era o Banco Central do Brasil para receber por 17 vezes um lobista como Marcos Valério? É um vexame.

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