sábado, 29 de dezembro de 2012

Estudo aponta que Brasil é segundo País com maior incidência de tornados no mundo


O Brasil ocupa o segundo lugar em uma lista de países com maior incidência de tornados no mundo. São Paulo é o Estado campeão, segundo pesquisa realizada na Universidade Estadual de Campinas. O Estado fica em uma região de contrastes de massas de ar com diferentes características, ingrediente básico para a formação de nuvens com potencial para a formação do fenômeno meteorológico, capaz de destruir uma cidade com seus ventos em formato de funil e velocidades que podem ultrapassar os 300 km/h. De acordo com o levantamento, feito pelo geógrafo Daniel Henrique Candido, do Instituto de Geociências da Unicamp, sob orientação da professora Luci Hidalgo Nunes, a região de Campinas está na rota de risco dos tornados. Isso porque a região está inserida em uma área de depressão periférica, mais plana e mais rebaixada, o que a deixa em um corredor, favorecendo o deslocamento de fluxo de ar. Até para Candido, o resultado do estudo surpreendeu. "Inicialmente, imaginávamos que Santa Catarina e Rio Grande do Sul seriam os Estados onde a incidência de tornados ais frequente, devido às suas condições atmosféricas e de relevo. Entretanto, descobrimos que o líder nesse ranking é São Paulo" , diz ele. A pesquisa levou cinco anos para ser concluída e usou informações sobre fenômenos ocorridos no passado e dados de relevo, como altitude e declividade de cada região. Entre 1990 e 2011, ao menos 205 tornados foram registrados em território nacional. Além de São Paulo, ficou comprovado que os Estados mais atingidos por esse fenômenos são Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A pesquisa ainda desenvolveu uma tabela para a medição de ventos, voltada às características do País. Segundo o pesquisador, a proposta foi desenvolver uma ferramenta voltada às especificidades brasileiras para avaliar a ação dos ventos, que foi denominada de Escala Brasileira de Ventos (Ebrav). "A escala vai de 0 a 7, avaliando os estragos provocados. O primeiro estágio (zero) da escala equivale a ventos de até 50 km/h, intensidade que não apresenta potencial de danos. O último (sete) classifica ventos acima de 261 km/h, capazes de provocar destruição generalizada. A destruição de telhas de amianto, por exemplo, caracterizam ventos de 80 km/h. Já a constatação de danos em telhas cerâmicas, são características de ventos acima dos 100 km/h. Ainda segundo o pesquisador, os dados da escala podem servir para ajudar na tomada de decisão de contingência da Defesa Civil dos municípios e na formulação de políticas públicas tanto para a construção de casas quanto para a instalação dos polos industriais.

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