domingo, 16 de dezembro de 2012

Fernando Henrique Cardoso e Gurgel não aceitam "convite" do único presidente impichado por corrupção, que hoje defende o segundo que poderia ter sido afastado pelo mesmo motivo


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que declinará "educadamente" do convite do Congresso para depor sobre a chamada "lista de Furnas ". Recém-chegado de viagem a Nova York e Salamanca, Fernando Henrique Cardoso é alvo de um requerimento feito, na última quarta-feira, pelo líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). "Não tenho a menor idéia desta lista. É sem base. Já foi considerada inidônea pela Justiça e pela Polícia Federal", afirmou o ex-presidente. A lista de Furnas é uma relação com nomes de políticos, empresários e magistrados que teriam participado de um esquema de corrupção e financiamento de campanha, que teria abastecido o caixa de candidatos principalmente do PSDB e do PFL, hoje DEM, nas eleições de 2002. O levantamento de recursos teria sido capitaneado pelo então diretor da estatal Furnas Centrais Elétricas, Dimas Toledo. A autenticidade do documento foi completamente desmoralizada, como uma grande farsa, pelo mesmo autor da lista falsa que os aloprados do PT estavam comprando para comprometer as candidaturas de Geraldo Alckmin (à Presidência da República) e José Serra (ao governo paulista). O convite para Fernando Henrique Cardoso depor no Congresso foi uma reação de declassificados petistas à divulgação do depoimento do publicitário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República, no qual o operador do Mensalão do PT, pela primeira vez, afirma que o ex-presidente Lula sabia e deu seu aval, em 2003, ao esquema de compra de votos de parlamentares. Fernando Henrique Cardoso afirma que o depoimento de Marcos Valério pode confirmar a participação de Lula no Mensalão do PT. "Se Marcos Valério tiver como demonstrar, isso vai se somando a outras informações já sabidas. O governador de Goiás alertou na época", disse o ex-presidente, em referência a Marconi Perillo, que avisou Lula sobre a existência do esquema de corrupção, antes do estouro do escândalo. Fernando Henrique Cardoso diz esperar que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, avalie o depoimento de Marcos Valério para abrir ou não uma investigação sobre Lula. Questionado se as declarações do publicitário complicam a situação do ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso: "Ele (Lula) está inquieto". Gurgel também não aceitará o "convite" de Collor de Melo, o grande defensor atual do PT.

Nenhum comentário: