domingo, 16 de dezembro de 2012

Indústrias de soja preveem caos logísticos diante de safra recorde


As indústrias de soja do Brasil preveem que 2013 seja o "pior ano da história" em termos de logística, em um momento em que o País se prepara para colher uma safra recorde de grãos usando uma capacidade de transporte e armazenagem já saturada. Para piorar a situação, uma nova legislação restringe a oferta de caminhões, o meio de transporte mais utilizado no País para escoamento de mercadorias. "Em todos os modais temos problemas", disse Carlo Lovatelli, presidente da Abiove, associação que reúne as principais empresas do setor. A principal preocupação é com o gargalo na chegada da soja aos portos, no pico da colheita da atual safra, em março e abril, provocando fila e atraso na liberação de navios, com pagamento de multas aos armadores. Lovatelli diz que o próximo período de escoamento vai superar o pior momento já registrado, há cerca de quatro anos. Naquele momento, o executivo calculou que o pagamento de "demurrage" chegou a 1,5 bilhão de dólares. Na atual temporada, o prejuízo das indústrias pode superar essa cifra, embora os cálculos ainda não tenham sido feitos. "É como queimar dinheiro", reclama Lovatelli. Na safra 2012/13, a safra brasileira de grãos e oleaginosas deve atingir o recorde de 180 milhões de toneladas, com ampliação na colheita de soja e uma produção abundante de milho, que também passa a ser importante na pauta de embarques brasileiros. Somando-se a isso, haverá a implementação da chamada Lei da Jornada dos Caminhoneiros, que restringe o número de horas que o profissional pode ficar ao volante. A Abiove afirma que há escassez de 50 mil motoristas, uma vez que a nova lei acaba fazendo com que seja necessário mais de um profissional para viagem. Segundo a entidade, entre 5 e 10 por cento da frota de veículos de carga está parada por falta de condutores.

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