quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Morre Oscar Niemeyer aos 104 anos, no Rio de Janeiro

Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte,  uma das primeiras manifestações do gênio de Niemayer

O arquiteto Oscar Niemeyer, ícone da arquitetura do século XX, morreu aos 104 anos, nesta quarta-feira, no hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, sua cidade natal. Internado há mais de um mês, sofreu uma infecção respiratória, após hemorragia digestiva e piora da função renal. Foi a terceira internação do arquiteto, formado em Belas Artes e que iniciou sua inigualável trajetória nos anos 1940, pelas mãos de Juscelino Kubitschek, projetando para o então prefeito mineiro o Conjunto da Pampulha. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro desde 1945, nunca renegou sua ideologia, produzindo obras em diversos países da antiga União Soviética, quase sempre de graça. Apaixonado pelas linhas curvas que o consagraram internacionalmente, trabalhou no projeto da sede da ONU em Nova York e criou o “ondulado” edifício Copan, em São Paulo. Com o colega Lúcio Costa projetou  sua obra mais marcante: a nova capital que JK idealizou em Brasília. Exilado em Paris na ditadura militar, Niemeyer projetou a sede do Partido Comunista Francês – hoje um edifício comercial – e outras obras importantes na capital francesa. Projetou os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) para o falecido governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, obra de referência na educação brasileira, e o sambódromo, o maior teatro popular do mundo. A extensa obra do arquiteto de fala mansa, sempre bem humorado e comunista sem rodeios se estende a museus em Niterói, e o conhecido “Olho”, em Curitiba, que tem seu nome. É de Niemeyer também prédio do Tribunal Superior Eleitoral em Brasília e o futuro Museu Pelé, em Santos (SP). Viúvo, casou novamente em 2006. A filha Ana Maria morreu aos 82 anos, em junho deste ano.

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