sábado, 29 de dezembro de 2012

Mutirão recolhe lixo acumulado em três meses de coleta irregular em Duque de Caxias

Lixo tomou todas as calçadas e praças de Duque de Caxias

Cerca de 10 mil toneladas de lixo devem ser retiradas das ruas do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, até o começo de 2013. Depois de  três meses de coleta irregular, que resultou em lixo acumulado e mau cheiro por toda a cidade, um mutirão de moradores e empresários foi organizado para limpar a cidade a partir de sexta-feira. Máquinas e equipes das áreas de saúde e defesa civil do governo do Estado reforçaram o grupo de 160 voluntários que se uniram para limpar as ruas. Cento e cinquenta varredores da empresa que fazia a limpeza da cidade, mas pararam de trabalhar por falta de pagamento, foram acionados. Eles serão pagos por empresários, que também contrataram 80 caminhões para tirar o lixo das ruas do cidade. “Tudo quanto é lugar que você passa aqui é lixo. Com esse calor, o cheiro piora. É mosca-varejeira, é rato, barata. Ninguém aguenta”, disse Marjuran Santos, morador da cidade. Palco de protestos pela interrupção na coleta de lixo, a Praça Roberto Silveira, no centro, foi uma das primeiras áreas limpas na sexta-feira. Para se livrar dos animais atraídos pela falta de limpeza, moradores vinham queimando montes de lixo na frente das casas. Com o fechamento antecipado
Capa do site da empresa de lixo falida Locanty, que não foi substituída pelo incompetente prefeito José Zito
do lixão de Gramacho, em Duque Caxias, de dezembro para abril, “o planejamento foi desarmado”, informou, em nota, a prefeitura. Esse prefeito José Camilo Zito (PP) é muito incompetente. Todas as situações eram previstas, e a prefeitura deveria, obrigatoria, ter um plano de contingenciamento, para situações de emergência. A situação se agravou com o aumento do lixo no fim de ano de 1,2 mil toneladas para 2 mil por dia, diz ele, como se isso fosse novidade, ocorre todos os anos. Por causa da interrupção na coleta, causada pela quebra de contrato com a empresa que fazia o serviço, a Locanty Comércio e Serviço Ltda, a Secretaria Estadual do Ambiente multou o governo municipal em mais de R$ 1 milhão. O prefeito atual, José Camilo Zito (PP), também foi responsabilizado pessoalmente pela Justiça Estadual, que aplicou contra ele multa diária de R$ 50 mil até a coleta ser normalizada. A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro viram-se compungidos a apoiar o mutirão de limpeza que o prefeito eleito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, começou na sexta-feira, em função do caos que tomou conta da cidade devido à falta de coleta de lixo. A decisão foi anunciada na hoje última quarta-feira pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc. Máquinas do Programa Limpa Rio, da SEA e do Inea, ajudaram a retirar lixo acumulado nas margens dos rios que cortam os municípios de Duque de Caxias, de Nova Iguaçu e de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Além disso, já a partir de sexta-feira, o aterro sanitário privado de Belford Roxo, Centro de Tratamento de Resíduos Bob Ambiental, passou a receber os resíduos gerados por Duque de Caxias, segundo acordo firmado por Minc e a presidente do Inea, Marilene Ramos, com o prefeito eleito de Belford Roxo, Dennis Dauttman. Minc, porém, enfatizou que o acordo diz respeito apenas ao recebimento do lixo de Duque de Caxias pelo aterro sanitário em Belford Roxo, nada tendo a ver com a coleta em si dos resíduos sólidos acumulados nas ruas de Duque de Caxias. Segundo o secretário, não cabe ao Governo do Estado intervir na coleta domiciliar, que é uma atribuição municipal. Minc acrescentou ainda que, até o último dia 19 de dezembro, o governo do Estado do Rio de Janeiro não tinha condições legais de intervir na destinação final de lixo urbano municipal para aterros sanitários. E que isso só foi possível com a sanção da Lei Estadual 6362, que dá poder ao Governo do Estado de intervir em aterros sanitários em caso de risco iminente e emergencial devido a problemas com a destinação final de lixo urbano. Isso é uma tremenda baboseira, porque órgãos estaduais têm o poder de promover intervenção em caso de calamidade pública. Outra medida para viabilizar uma saída para o caos que tomou conta de Caxias, com toneladas de lixo acumuladas em suas ruas, foi a construção de uma estrada de 13 quilômetros de extensão, da Av. Presidente Kennedy, em Caxias, até o aterro sanitário Bob Ambiental, sem passar por hospitais, escolas e bairros residenciais. A construção dessa estrada, para o transporte de lixo, foi uma exigência do Ministério Público e do próprio Inea. “Os caminhões que irão transportar o lixo de Caxias para Belford Roxo farão o trajeto sem passar por dentro da cidade de Belford Roxo, a fim de evitar transtornos à população. Além disso, Belford Roxo terá compensações por receber os resíduos de Caxias”, disse o secretário. Com a estrada liberada, o lixo pode ser transportado em caminhões menores, com capacidade de até 14 toneladas. Assim, não será mais preciso ser construído um centro de transbordo de lixo em Duque de Caxias. Este era um dos nós para se resolver o problema do acúmulo de lixo no município, que se agravou quando a empresa de coleta domiciliar contratada pela prefeitura faliu, e o governo do incompetente José Camilo Zito não contratou nenhuma outra em caráter emergencial. A construção da estação de transbordo, que nunca saiu do papel, seria o local para onde o lixo coletado nas ruas de Duque de Caxias seria levado, em caminhões menores, para ser recolocado em caminhões maiores, com capacidade para 42 toneladas, para então seguir para o Aterro Sanitário de Seropédica, a 63 quilômetros de distância.

Nenhum comentário: