terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ONS informa que não é possível fazer as obras necessárias para a segurança energética do País, ou seja, vão continuar os apagões


O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse nesta terça-feira que o País não tem como fazer todas as obras recomendadas para garantir a segurança energética, sob pena de elevar o custo de tarifa. Segundo ele, os relatórios do ONS recomendam a execução de mais obras de segurança. “A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não pode colocar todas as obras recomendadas ao mesmo tempo porque, se não, a tarifa vai lá para cima. Tem que pegar as mais importantes e buscar um equilíbrio entre segurança e custo”, explicou. As obras mais importantes, segundo ele, são as que estão indicadas no relatório da Copa do Mundo de 2014, mas não apenas por causa do evento esportivo: “Algumas obras precisam ser feitas, independentemente da Copa, para prover as cidades-sede de uma segurança adicional”. Chipp comparou a execução de obras de segurança à contratação de seguro para automóvel: “Tem gente que faz um seguro total ou parcial, e a franquia varia. Quanto mais caro você paga, mais seguro você tem. É esse equilíbrio que a agência reguladora e o poder concedente avaliam”. O diretor também defende o aumento do número de termelétricas no País, especialmente as regionais, para evitar as quedas no fornecimento de energia: “Não significa que eu vou gastar a termelétrica todo o tempo. Tem que ter o pulmão para não faltar energia. Se forem nos centros de carga (locais de maior consumo), melhor, porque não depende tanto de linhas de transmissão”. Segundo ele, a operação no Brasil tem maior risco, porque a geração de energia está geralmente longe dos centros de carga, o que exige um grande número de linhas de transmissão. Depois da interrupção no fornecimento de energia que deixou cerca de 2 milhões de consumidores sem luz na noite de sábado, Chipp disse que o governo vai determinar uma varredura nas subestações de energia mais antigas e que estão em situação mais crítica.

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