domingo, 16 de dezembro de 2012

PT coloca José Dirceu e Marcos Valério no mesmo saco para salvar Lula


A briga entre o PT e o operador do Mensalão, Marcos Valério, promete ser explosiva, com risco político ainda não mensurado a partir da decisão do partido de sair em defesa inconteste do ex-presidente Lula. Quando o teor do depoimento de Marcos Valério veio à tona na última semana, o líder do PT na Câmara, deputado federal Jilmar Tatto (SP), chamou Marcos Valério de "delinquente" e disse que ele deveria estar mais preocupado com as condições dos presídios do que em atacar Lula. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, se disse indignado ao ver Lula ser “atacado por uma pessoa que está condenada, não tem nenhuma credibilidade”. Ao defender o ex-presidente e desqualificar Marcos Valério, o PT sabe que está incriminando, indiretamente, os companheiros petistas já condenados pelo Supremo no julgamento do Mensalão do PT. Não há outra saída a não ser defender Lula, dizem os petistas, sobre o patrimônio maior do partido. Orientados pela cúpula, os petistas dizem que a decisão é mesmo essa: reagir de maneira contundente para intimidar Marcos Valério e evitar que ele envolva outros personagens na história. O deputado federal Paulo Teixeira (SP) afirma que, diante do que considera mentiras do empresário, é preciso reagir. Lembra que “as entranhas do partido já foram expostas durante a CPI dos Correios”, e que não há nada que Marcos Valério possa acrescentar de novo. O que ele quer, diz o petista, é a redução da pena: "Ele mais ouviu falar sobre o funcionamento do partido do que o conheceu de fato. Ele se aproximou de pessoas do PT, ouviu comentários sobre vários assuntos e acabou reproduzindo. Foi vítima de sua própria curiosidade e achou que ficaria impune. O problema dele agora é saber como vai ser na cadeia, que tipo de comida vão servir lá. É um delinquente, não tem a mínima credibilidade mais". Já o secretário nacional de Comunicação do PT, André Vargas, afirma que o partido está mais preocupado em atacar as condições em que o depoimento foi prestado do que com a credibilidade de Valério: "Ele era um homem desesperado à procura de diminuir sua pena. Em princípio, o depoimento, pura e simplesmente, não deveria ser levado a sério. Ao dar credibilidade a uma pessoa que procura a delação premiada, presumindo a culpa dos acusados e não a inocência, a imprensa erra". Vargas faz críticas à imprensa: —Não foi assim quando o Fernando Henrique (Cardoso) foi flagrado em um grampo telefônico favorecendo um grupo na privatização das teles, e só se discutiu se o grampo era criminoso ou não. Não faço crítica ao Marcos Valério, acho excessiva a pena dele e as dos outros réus. Mas o Lula é muito maltratado comparativamente. Este é o centro da minha fala e eu acho até que você não vai publicar", afirmou o tipo.

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