domingo, 9 de dezembro de 2012

PT não expulsará envolvidos no mensalão, diz deputada


O PT não vai aplicar o Código de Ética para expulsar os réus do partido condenados no processo do mensalão e avalia que a última palavra sobre a perda do mandato dos parlamentares cabe à Câmara dos Deputados, e não ao Supremo Tribunal Federal. No primeiro dia de reunião do Diretório Nacional do PT, na sexta-feira, petistas criticaram o que definiram como "excessos" do Supremo e cobraram o mesmo julgamento para o "mensalão mineiro", que atinge o PSDB. Condenado a dez anos e dez meses de prisão, o ex-ministro chefe da Casa Civil, o corrupto e quadrilheiro José Dirceu foi o único dos réus petistas a participar do encontro. Se o Supremo decidir que cabe à Justiça decretar a cassação, o ex-presidente da Câmara, o também corrupto, peculatário e lavador de dinheiro João Paulo Cunha (PT-SP) perderá o mandato. Além disso, o ex-presidente do PT, o igualmente corrupto e quadrilheiro José Genoino, hoje suplente, não poderá assumir a vaga de deputado federal, em janeiro de 2013. "O fato de Dirceu e outros companheiros terem sido condenados não significa que o PT os esteja condenando", disse a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Produzido após o escândalo do mensalão e tendo como um dos redatores o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o Código de Ética do partido prevê a expulsão de filiados envolvidos em escândalos de corrupção e condenados em última instância pela Justiça. Como se vê, é um papel que não serve para ser usado sequer no banheiro. "É ao PT que cabe o direito de defesa dos acusados, com comprovação das denúncias, porque o Supremo não permitiu isso", criticou Benedita. "Nós estamos tristes e lamentamos o formato do julgamento por parte do Supremo, que não levou em conta provas. Houve muito exagero", disse o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT. Para Vargas e Benedita, "não faz sentido" o Supremo decidir sobre a perda de mandato dos parlamentares. Há divergências sobre o tema entre o relator do processo, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski. Além de Cunha e de Genoino, hoje suplente, foram condenados os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). "Estamos falando de competência, de quem é eleito para julgar. Essa é uma decisão política. Quem julga mandatos somos nós, que estamos no Congresso", insistiu Benedita.

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