terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Votação do relatório da CPI do Cachoeira é adiada novamente


Sem consenso em torno do relatório proposto pelo deputado Odair Cunha (PT-MG), o presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), anunciou nesta terça-feira o adiamento da votação do texto final da CPI do Cachoeira. Ainda não há uma data definida, mas a votação do relatório da CPI deve acontecer até o próximo dia 22 quando se encerram as atividades da comissão. No início da sessão desta terça-feira foram apresentados cinco relatórios alternativos (votos em separado) ao sugerido na semana passada por Odair Cunha. Os autores dos relatórios são integrantes do PSDB, DEM, PPS e PMDB e PSOL. "No nosso voto em separado pedimos investigações sobre o uso da máquina pública para angariar doações de empresas com contratos com o DNIT para a campanha da então candidata a presidente Dilma Rousseff", disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR) ao ler o resumo do relatório preparado pelo partido. O documento também prevê que sejam apuradas as ligações de cinco governadores com o esquema do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os cinco governadores são o de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB); do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); do Tocantis, Siqueira Campos (PSDB); de Mato Grosso, Sinval Barbosa (PMDB). "Nosso voto traça também um perfil da Delta, apontada como o centro do esquema criminoso. É impressionante a evolução patrimonial da empresa, que em 22 anos, pulou de R$ 50 milhões para R$ 1,1 bilhão, uma variação de 804%", disse Rubens Bueno. Antes de apresentar o relatório elaborado pelo DEM, o deputado Onyx Lorenzoni (RS) criticou a "blindagem" feita pela base aliada do governo para que não se avançassem nas investigações. "A obstrução na aprovação de requerimentos levou a Comissão a conhecer apenas os retalhos de uma organização criminosa articulada e muito bem estruturada. Faltou-nos a visão do todo", disse Lorenzoni. Um dos principais alvos do relatório do partido é a construtora Delta. "Uma maioria da comissão acovardou-se e não permitiu o avanço no estudo das atividades da empreiteira sob suspeição", afirmou. Um dos poucos parlamentares a se posicionarem a favor do relatório proposta pelo deputado Odair Cunha foi a deputada Iris de Araújo que considerou que a não aprovação "é um triunfo para a corrupção".

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