quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

2012: o pibinho deu menos de 1%.

O Brasil deve crescer 0,9% em 2012, após uma desaceleração forte que derrubou as expectativas de expansão, segundo relatório do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira (15). Para 2013, a previsão da entidade é que o país cresça 3,4%, com a economia sendo estimulada pela manutenção da política fiscal atual, que deve começar a surtir efeitos. Segundo a estimativa do Bird no relatório “Perspectivas econômicas globais de 2013”, o PIB do Brasil esperado para 2012 teve uma desaceleração considerável em relação à alta “já modesta” de 2,7% em 2011. A redução do ritmo ocorreu principalmente na segunda metade de 2012 e rendeu um crescimento bem abaixo do que estava sendo esperado: no meio do ano, a expectativa para o ano era de uma alta de 2,9%; mas o fechamento foi em 0,9%. Entre os principais problemas enfrentados pelo Brasil, o Bird aponta a inflação em alta, que permanece com tendência crescente apesar da redução no ritmo do crescimento. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a "inflação oficial" do país, fechou o ano em 5,84%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É uma situação parecida com a vista pela enitdade no México, Rússia, África do Sul e Turquia. “A inflação nestes países parece estar estruturada, pelo menos em parte, em gargalos de demanda, o que sugere que mesmo com o crescimento mais lento, há aperto de estoques tão grandes que, em vez de contribuir para maior crescimento, a demanda maior vai contribuir para um superaquecimento”, diz o relatório. No Brasil, o estudo aponta que a inflação decorre principalmente da pressão dos preços dos alimentos em função da dificuldade de suprir as necessidades de estoque. As medidas tomadas pelo governo para estimular a economia, no entanto, são vistas com algum otimismo pelo Bird. “Os efeitos de taxas de juros baixas devem começar a ser sentidos ao longo do ano, o que deve impulsionar a demanda doméstica”, diz o texto. O estudo aponta que o crescimento na América Latina foi o segundo mais baixo entre as regiões do mundo em desenvolvimento, ficando apenas atrás da Europa em desenvolvimento e a Ásia central. O relatório aponta os emergentes ainda como uma aposta para o crescimento mundial, diante das dificuldades que continuam a ser enfrentadas pelos países mais ricos. O Bird diz que os países emergentes devem se focar em estimular o potencial de crescimento, já que os países mais ricos devem continuar tendo dificuldades para crescer. “Não podemos esperar pela volta do crescimento dos países mais ricos, então temos de continuar apoiando os países em desenvolvimento a investir em infraestrutura, saúde e educação. Isso vai sedimentar o caminho para o crescimento forte que hoje sabemos que eles podem alcançar nos próximos anos”, disse no relatório o presidente do Bird, Jim Yong Kim. Entre os destaques de crescimento, o Bird aponta o México, que “continuou com crescimento robusto” estimado em 4%, apesar das ligações com a economia norte-americana; e o Chile, que deve crescer 5,8% em 2012. O estudo considera que, em 2012, os países em desenvolvimento tiveram os menores crescimentos da última década, em parte por causa da incerteza zona do euro. No entanto, a perspectiva é que tenha havido melhora ao longo do ano, embora isso não tenha chegado na economia real. “O avanço nos países em desenvolvimento acelerou, mas está sendo travado pelo baixo investimento e da atividade industrial nas economias avançadas”, diz o estudo.

Nenhum comentário: