domingo, 27 de janeiro de 2013

Fotógrafa da boate Kiss relata o pânico no momento das chamas

Eram dezenas de pessoas correndo. Uma multidão desesperada que rumava para a mesma porta, a única dentro da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que estava aberta. O relato de Fernanda Bona, fotógrafa da casa de festa, de 23 anos, é de agonia. Ela estava perto de uma das áreas VIPs do local, cuja visão para a pista e para o palco era quase completa. Fernanda tirava fotos em uma ponta da boate, perto da porta, no lado oposto do show. “Vi que a banda soltava umas faisquinhas, como se fossem foguinhos de artifício. Foi, então, que percebi a fumaça. Em seguida, as pessoas começaram a correr e a gritar fogo”, conta Fernanda. A boate estava cheia. Alguns, no desespero, foram para o banheiro, onde se trancaram imaginando conseguir escapar da fumaça. A maior parte se dirigiu à porta, que era a mesma para a entrada e saída das pessoas. “Havia apenas essa única porta”, afirma a fotógrafa. Por sorte, Fernanda estava perto do único local possível para deixar a boate. “Saí correndo desesperadamente. Empurrei as pessoas na ânsia de chegar à porta. Demorei uns três minutos para estar no lado de fora. As pessoas estavam enlouquecidas correndo”, afirma a fotógrafa. Bombeiros tiveram de quebrar as paredes para resgatar os jovens que estavam dentro da Kiss. A maior das vítimas e dos feridos é de universitários. Acontecia na boate uma festa chamada ‘Agromerados’, promovida pelos cursos de Agronomia, Veterinária, Pedagogia e Tecnologia dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Era uma festa com o objetivo de arrecadar dinheiro para a formatura dos alunos – prática comum na boate Kiss. O número de mortos no incêndio chega a 245. Ainda há 48 pessoas hospitalizadas, segundo informações do major do Batalhão de Operações Especiais (BOE), Cleberson Braida Bastianello. O estado de saúde delas ainda não foi detalhado.

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