domingo, 27 de janeiro de 2013

GM e sindicato do PSOL chegam a acordo para manutenção de parte dos empregos em São José dos Campos


A General Motors (GM) e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos fecharam no sábado um acordo que abre perspectiva de novos investimentos na unidade da empresa instalada na cidade do Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Segundo o secretário-executivo de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Manoel Messias Melo, que participou das discussões, o acerto garante a manutenção dos 1.598 empregos ameaçados pelo fim da produção de três modelos de automóveis da empresa. A General Motors anunciou que irá aumentar a produção na fábrica de Gravataí (RS), com a criação de um terceiro turno até o próximo mês e a contratação de 1.429 novos funcionários. Luiz Moan, diretor de relações institucionais da montadora, divulgou também que serão chamados mais 189 trabalhadores para a fábrica de motores de Joinville (SC), que será inaugurada no próximo dia 27. O anúncio foi feito em São José dos Campos (SP), após reunião sobre o futuro daquela unidade, onde ainda existe a ameaça de demissão de cerca de 600 funcionários. Na planta de Gravataí, a mais nova da GM no Brasil, é fabricado o recém-lançado hatch Onix e de lá também sairá a versão sedã desse carro, que deve ser lançada no fim do mês. O aumento de produção dos novos modelos é a meta "número 1" da montadora no País neste ano, segundo disse o presidente Jaime Ardila no último dia 14, durante o Salão de Detroit (EUA). Além do Onix, ele afirmou que é necessário aumentar a fabricação da minivan Spin, substituta de Meriva e Zafira, e do sedã Cobalt, especialmente na versão LTZ (topo de linha). "Para quem em algum momento duvidou da nossa intenção de investimento, da nossa confiança no País, está aí a prova. Nós não somente investimos como nós estamos fazendo grandes admissões no efetivo de pessoal", disse Moan, no sábado. Uma das decisões tomadas neste sábado é de retomar a produção do sedã Classic até dezembro, o que garante trabalho para parte dos funcionários na linha de automóveis por esse período e a manutenção do setor. Mesmo com o acordo, o emprego de outras cerca de 650 pessoas continua ameaçado. Os trabalhadores que ainda correm o risco de serem demitidos são do grupo de 800 que está em layoff  (suspensão temporária dos contratos de trabalho) desde setembro do ano passado. O prazo de layoff terminou no sábado mas, pelo acordo, será estendido por mais dois meses. O complexo de São José dos Campos possui, ao todo, cerca de 7 mil funcionários. O setor que estava para fechar era o de montagem de veículos automotores (MVA), onde o único remanescente na linha era o Classic, cuja produção seria encerrada no fim do mês. Em outros setores, a unidade produz a picape S10 e o utilitário Trailblazer. O acordo que "salvou" o MVA do fechamento prevê a retomada da produção do Classic, com 750 funcionários e 20 unidades ao dia, pelo menos até dezembro. Após esse período, uma nova negociação será feita. Como a montadora já havia planejado parar de fabricar o sedã em São José dos Campos no próximo dia 26, a produção do modelo não poderá ser retomada imediatamente. "Não há autopeças", explicou Moan, da GM. A linha terá férias coletivas até o próximo dia 14 e "voltará após o carnaval", disse ele. Além de São José dos Campos, o Classic, um dos modelos campeões de venda da GM, é produzido em São Caetano do Sul (SP), onde fica a sede da empresa. O acordo foi firmado após 9 horas de reunião a portas fechadas entre representantes da GM, do sindicato pelêgo do PSOL, da prefeitura e do governo federal. Ele contém, ao todo, 16 itens (veja todos ao fim da reportagem). Entre esses itens estão o investimento de R$ 500 milhões na unidade até 2017 e a redução para R$ 1.800,00 do piso salarial dos novos funcionários, ponto cobrado pela GM durante toda a negociação. Atualmente, o piso na unidade de São José é de R$ 3.100,00 considerado alto demais pela montadora.

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