terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Governo resiste a elevar taxa de retorno em projetos de infraestrutura


O governo concentrará o esforço de atração de investidores para os projetos de logística anunciados no ano passado na melhoria das condições de financiamento, defendendo que a taxa de retorno é adequada e não precisa ser elevada. O governo busca elevar as condições de financiamento dos projetos, para até 80% do valor total, aumentando indiretamente a rentabilidade dos investidores. Para atingir essa meta, porém, o Executivo espera que o setor financeiro privado abra mais linhas de crédito de longo prazo. Empresários reclamam que as taxas de retorno, que variam em média entre 6 e 7%, devem ser compensadas com o aumento da alavancagem dos projetos. Em média os financiamentos de longo prazo para obras de infraestrutura giram em torno de 50% do valor da obra. Ao elevar essa proporção para a casa dos 80%, diminui significativamente o desembolso inicial do investidor no projeto. O fraco desempenho econômico nos dois primeiros anos da gestão da presidente Dilma Rousseff tem pressionado o governo a buscar alternativas para que os projetos para remover gargalos de infraestrutura sejam realmente implementados. O tema ganha ainda mais relevância diante dos preparativos do país para sediar a Copa das Confederações neste ano, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de 2016. Nas reuniões que vem mantendo com banqueiros, Dilma tem pedido que eles ingressem efetivamente no mercado de financiamento de longo prazo. Caso isso não aconteça nos próximos meses, o governo agirá colocando o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal nesse mercado. Nesta terça-feira, a presidente reuniu-se com o presidente mundial do grupo espanhol Santander, Emilio Botín, para incentivar que o banco opere linhas de crédito de longo prazo no País. Dilma já teve encontros com os presidentes do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e do Itaú Unibanco, Roberto Setubal. No fim deste mês, uma missão brasileira comandada pelo presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, partirá para o Exterior com a carteira de projetos de infraestrutura debaixo do braço em busca de investidores interessados em fazer negócios no Brasil. Nessas conversas, o governo tentará convencer os empresários estrangeiros de que as taxas de retorno oferecidas são suficientes para garantir o retorno dos investimentos e insistirá que o País tem um ambiente favorável para o financiamento de até 80% das obras. Nas privatizações de rodovias e ferrovioas, que serão realizadas nos próximos meses, por exemplo, os vencedores dos leilões poderão financiar no BNDES entre 65 e 80% do investimento total.

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