terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Grupo Eletrobras reduz custos e atinge patrocínios esportivos


Com a perspectiva de receitas menores pela renovação de suas concessões, algumas subsidiárias da Eletrobras já iniciaram programas de redução de despesas, antes mesmo de o comando da holding aprovar o novo plano de negócios do grupo para readequar os custos à nova realidade do setor elétrico. Os cortes vão da redução de horas extras ao cancelamento de patrocínios esportivos e institucionais, e são cruciais para a empresa encarar a queda de receita de 8,7 bilhões de reais por ano com a renovação antecipada e onerosa de concessões elétricas que venceriam entre 2015 e 2017. Formalmente, a Eletrobras ainda está analisando onde cortar despesas e até o fim do primeiro trimestre deve aprovar um novo plano de negócios. Uma fonte graduada da empresa informou que o pacote geral de cortes ainda não chegou às mãos do Conselho de Administração da holding estatal. Algumas controladas e até a própria holding, porém, já começaram a buscar economias. É o caso da geradora e transmissora de energia Chesf. Segundo uma fonte da companhia, a meta é reduzir o custeio anual em cerca de 200 milhões de reais, o equivalente a 20% do total. Além de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), a empresa tem cortado horas extras e verbas com viagens. "Já estamos fazendo ajustes. Tem coisa que não muda do dia para a noite", disse a fonte. Em setembro do ano passado, a Chesf anunciou a suspensão, por tempo indeterminado, do recebimento de propostas de patrocínio. Quem também está cortando patrocínios é a própria holding Eletrobras. O  contrato anual de 16 milhões de reais com o Vasco da Gama deve ser cancelado. No basquete, reduções estão a caminho. Em 2012, a holding aportou 16,2 milhões de reais à Confederação Brasileira de Basquete (CBB), liga nacional masculina de basquete (NBB), liga feminina e basquete Master. Para 2013, deverão ser cancelados os patrocínios às ligas. Restará apenas o apoio às seleções da CBB, mas há negociações para reduzir o montante. Na Eletrosul, a tesoura também começou a agir e os cortes atingiram dois dos principais times de futebol de Santa Catarina. A empresa encerrou, em dezembro, os contratos de patrocínio com Avaí e Figueirense, que somavam cerca de 6,1 milhões de reais por ano. Também em dezembro, a Eletrosul anunciou o cancelamento dos editais de patrocínios sociais e institucionais que valeriam para 2013, economizando outro 1,5 milhão de reais. Meses antes, em setembro, a geradora e transmissora Furnas divulgou um plano para reduzir o quadro de funcionários em mais de um terço e cortar despesas operacionais para melhorar os resultados. O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, explicou que o programa de reestruturação em Furnas estava em andamento havia um ano e meio, tendo sido iniciado quando o governo federal sinalizou que a renovação das concessões elétricas seria onerosa às empresas, com queda de tarifas aos consumidores. Diferentemente de estatais estaduais como Cemig e Cesp, e contra a vontade de parte dos acionistas minoritários, a Eletrobras aceitou integralmente a proposta de renovação das concessões de geração e transmissão apresentadas no ano passado pelo governo.

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