sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Aécio Neves assegura, "vamos voltar quentes depois do Carnaval"

Alvo de críticas desde que setores do PSDB ajudaram na eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para presidente do Senado, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lamentou que companheiros seus, em função de interesses menores, não tenham seguido seu apelo.
- O PSDB se posicionou contra Renan, mas na votação secreta tucanos votaram a favor em troca de uma Secretaria na Mesa. O que aconteceu?
- Tomei a decisão que achei correta. Comecei a semana falando contra a eleição do Renan, pedindo que abrisse mão da candidatura. Fiquei muito feliz que 48 horas depois, na quarta-feira, os senadores do PSB, que não tinham se manifestado, acompanharam-nos nessa posição. Lamento profundamente que alguns senadores do PSDB não seguiram a orientação da bancada, apesar do apelo enfático que fiz. Eu conversei pessoalmente com o Renan e disse que ele ficasse à vontade em relação ao cargo na Mesa, que era irrelevante. Quando a eleição estava garantida, o Eduardo Braga me encontrou no plenário e disse que perderíamos a Primeira Secretaria. Eu respondi: me façam esse favor!
- O senhor não queria cargo na Mesa?
- Isso demarcaria nossa posição. Mas o Renan fez questão de chamar o PSDB para não ter uma Mesa só com a base. Lamento que alguns companheiros não tenham entendido a importância desse gesto. O PSDB, que tem um projeto de poder, não pode sucumbir a projetos pessoais menores.
- O senhor está sendo criticado por não ter discursado da tribuna no dia da eleição.
- Falar ou não no plenário, naquele dia, era uma bobagem, podia ou não ter falado. Mas se há uma responsabilidade na eleição de Renan é da presidente Dilma e do PT. Até o PMDB deu dois votos contra. Mas o governo que se prepare, vamos voltar quentes depois do carnaval. Vamos fazer uma oposição cada vez mais qualificada, clara e firme.
- Por que só a partir de agora?
- É natural que na segunda metade do governo as críticas fiquem mais contundentes. Mas não é só no Parlamento. Fazer discurso no plenário não é o que repercute mais. Temos que ir para a sociedade, mostrar o pífio desempenho do governo na economia, descontrole da inflação, intervencionismo que afasta investidores e baixo orçamento na Segurança.
- Eduardo Campos lhe fez uma crítica velada ao dizer que o PSB teve uma posição clara pela renovação na Câmara e Senado.
- A crítica é natural. Mas, diferentemente de outros partidos, não estamos no divã para saber se somos governo ou oposição. Somos oposição e vamos disputar o governo em 2014. Sabemos o nosso caminho e somos alternativa ao que está aí. Para bom entendedor… Mas o Eduardo Campos é meu amigo, e o PSB é o partido que tem mais proximidade com nossa posição política. Vejo com muita alegria o crescimento do PSB. Talvez ninguém tenha ajudado tanto esse crescimento como nós em Belo Horizonte. Quem vê o crescimento do PSB com muita preocupação não somos nós. Estamos no nosso papel, e o Eduardo Campos é muito bem-vindo. Quanto mais candidatos alternativos (em 2014) melhor para o Brasil.
Quem quiser acreditar que o ziriguidum é capaz de despertar o fervor opositor do PSDB e de Aécio Neves, pode sentar e esperar.

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