quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Filha de Rubens Paiva diz que família se sentiu aliviada com revelação sobre a morte do pai na tortura


A psicóloga Vera Paiva disse que o sentimento, na terça-feira, foi mais uma vez dar conta do luto interminável de 42 anos: "Hoje é uma certa sensação de alívio". Ela falou durante entrevista coletiva a respeito da revelação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) sobre a morte de seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva. Documentos revelados pela comissão indicam que Paiva morreu sob custódia do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do 1º Exército, no Rio de Janeiro. A filha de Rubens Paiva elogiou o trabalho da CNV e disse que se sentia privilegiada com o fato do caso do seu pai ter sido o primeiro "elucidado" pela comissão, mas considerou que ainda gostaria de saber quem de fato o torturou. "A gente imaginava que tinha acontecido, tinha indícios, mas não tinha prova material. Com esses últimos documentos, um capitulo se encerrou, mas nós temos outros que é chegar, de fato, a quem procedeu a tortura e a morte de meu pai. O coordenador da CNV, Cláudio Fonteles, disse que a comissão está investigando e espera poder chegar em breve aos nomes da equipe que torturou e executou o ex-deputado, bem como de quem foi a ordem. De acordo com Fonteles, três pessoas seriam as responsáveis pela morte de Paiva. Uma delas já teria morrido: "Nós temos provas documentais sobre o caso e estamos tomando providências para ouvir essas pessoas". A versão oficial da ditadura militar indicava o ex-deputado como desaparecido. Na versão divulgada pelo 1º Exército, Rubens Paiva foi resgatado por militantes de esquerda no dia 22 de janeiro de 1971, enquanto estava sob custódia dos militares. As investigações da Comissão Nacional da Verdade indicam que o ex-deputado foi assassinado, sob tortura, nas dependências do DOI-Codi do Rio de Janeiro.

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