terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Igreja decide que Bento XVI continua papa, mas “emérito”


A Igreja Católica decidiu o óbvio, e já havia comentado isso aqui: Bento XVI será considerado “papa emérito”. Por que é o óbvio? Não existe “ex-bispo”. Ele sempre é “emérito”. Não existe “ex-cardeal”, mas “cardeal emérito”. O Anuário Pontifício, surgido em 1716, traz os vários nomes possíveis para o papa. O primeiro da lista, na edição mais recente, de 2009, é “Bispo de Roma (Episcopus Romanus)” — e, pois, líder máximo da “Igreja Católica Apostólica Romana”. Havendo um papa no comando e outro que já esteve lá, o antecessor passa, então, a ser “papa emérito”. Não lidará com os assuntos terrenos da Igreja, aqueles que certamente mortificam Bento XVI, mas continuará a ser uma autoridade espiritual. O papa continuará sendo chamado Sua Santidade Bento XVI e terá o título de “papa emérito”ou “pontífice romano emérito”, informou nesta terça-feira o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. Na manhã do dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI surpreendeu o mundo com a notícia de que deixaria o pontificado ao fim do mês, devido ao seu frágil estado de saúde, tornando-se o primeiro papa a abdicar do cargo em 600 anos. Bento XVI deixará o Vaticano de helicóptero na quinta-feira para se instalar provisoriamente em sua residência de verão de Castel Gandolfo. Depois, após a escolha de seu sucessor pelo conclave, ele voltará ao Vaticano, onde vai levar uma vida contemplativa em um mosteiro. O Anel Papal vai ser destruído, de acordo com a tradição do Vaticano, e Bento XVI passará a trajar uma “batina branca simples”. Na segunda-feira, Bento XVI aprovou a publicação de um “Motu Proprio” para redefinir alguns pontos da Constituição Apostólica e poder antecipar o conclave que elegerá o novo pontífice. A mudança no documento papal aprovado pelo seu antecessor permite aos cardeais realizar o conclave antes do dia 15 de março, prazo originalmente estipulado. Porém, ainda não está certo em que dia começará a escolha do novo papa. De acordo com as regras da Igreja, seria necessário um período de 15 a 20 dias após o início da “Sé Vacante” – quando a Igreja Católica fica sem seu principal representante – para que todas as autoridades que participam das eleições cheguem ao Vaticano. Mas, com o anúncio prévio do fim do pontificado de Bento XVI a partir de 1º de março, os cardeais devem anunciar a data do conclave para mais cedo.

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