quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Justiça determina interdição de prédios da Universidade Federal de Santa Maria, que não têm prevenção contra incêndio


Foi decretada a interdição dos prédios do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria, determinada pelo juiz da 2ª Vara Federal da cidade, Jorge Luiz Ledur Brito, na última sexta-feira. Os estudantes do curso de Medicina Veterinária se sentem inseguros nos prédios do Centro de Ciências Rurais. No semestre passado, estudantes percorreram alguns dos laboratórios da universidade para um trabalho da disciplina de Biossegurança. A constatação não foi das melhores: os laboratórios são labirintos, há ausência de extintores e de portas de emergência; a maioria foi adaptada à estrutura do prédio que é antigo. Na tarde desta quarta-feira, o Laboratório de Embriologia Animal (Embryolab) do curso de Medicina Veterinária do Centro de Ciências Rurais (CCR) da Universidade Federal de Santa Maria foi interditado. Pela manhã, um oficial de Justiça foi fazer o reconhecimento do local. À tarde, o prédio foi lacrado. A medida é por tempo indeterminado, até que a UFSM faça as adequações necessárias para atender às normas de prevenção contra incêndio. Nesta quarta-feira pela manhã, a professora Mara Iolanda Batistella Rubin, que coordena atividades no laboratório, fez um teste com a mangueira do hidrante: o equipamento não funcionou. A água vazou pelo registro e não escoou pela mangueira. Além disso, o laboratório tem apenas uma porta de saída que abre para dentro e não para fora como estabelecem as regras de segurança. Os dois extintores estão com selos do Inmetro vencidos desde janeiro de 2012 e selos da empresa responsável pela recarga expirados desde janeiro deste ano. O risco para as cerca de 25 pessoas que utilizam o local, motivou a ação movida por dois professores e três alunos. Entre os mais de cem prédios da instituição, apenas cinco têm PPCI e alvarás dos bombeiros. O Ministério Público Federal vai investigar se existem falhas de prevenção contra incêndio na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O procurador Rafael Miron (um dos procuradores originais na investigação da Operação Rodin, que detonou as fundações de apoio à universidade, cinco anos atrás, e que agora já pediu transferência da cidade) disse que vai instaurar inquérito. Na terça-feira, o engenheiro Edson Andrade da Rosa, coordenador do setor de Obras e Manutenção da Pró-Reitoria de Infraestrutura, confirmou que a maioria dos prédios não conta com estrutura adequada de segurança. No mesmo dia, o reitor Felipe Müller admitiu que os prédios mais antigos apresentam problemas e que o trabalho de adequação é gradativo e exige recursos. Segundo Rosa, somente a antiga reitoria, a Casa do Estudante e o antigo hospital universitário, no Centro, e o Hospital Universitário (Husm) e a reitoria, no campus, têm projetos de prevenção contra incêndio aprovados pelos bombeiros, que emitiram alvarás. No caso da reitoria, o prédio terá de passar por nova vistoria, já que foram feitas reformas na estrutura e colocados novos itens de segurança. Quem expede o alvará para o funcionamento desses prédios todos, cerca de 250 mil metros quadrados de área construída, é a prefeitura da universidade, e não a prefeitura da cidade de Santa Maria. As universidades têm autonomia garantida pela Constituição e por isso têm uma prefeitura própria.

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