segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PT paulista não abre mão de candidatura para governador e dificulta negociação de aliança nacional


Um dia depois de Lula ter lançado a presidente Dilma Rousseff candidata à reeleição, o PT paulista ameaça a colocar obstáculos na estratégia de alianças em torno da candidatura da petista. Na quinta-feira, os deputados estaduais da legenda se reuniram e defenderam, de maneira unânime, candidato a governador pelo PT em 2014. Uma das estratégias defendidas por Lula para 2014 é ceder a cabeça de chapa em São Paulo para o PMDB, de modo a abrir espaço para a composição nacional com o PSB. De acordo com esse arranjo, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ou o deputado Gabriel Chalita (PMDB) teriam o apoio do PT na corrida paulista em troca da cessão da vice para o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. "É um momento de deixar emergir as posições. No PT sempre é bom ter debate, mas temos que ter tranquilidade para que o partido se mantenha unificado. É fundamental reeleger a Dilma, como é fundamental ganhar em 2014 no Estado de São Paulo", disse o deputado Edinho Silva, presidente estadual do partido. O deputado estadual Antonio Mentor concorda: "Não é do nosso interesse nem do PMDB. É de uma engenharia impossível de ser fazer. Não tem nenhuma viabilidade política. É consenso absoluto na bancada", disse. Todos os 22 parlamentares petistas presentes à reunião foram favoráveis à candidatura própria, inclusive o presidente do PT, Rui Falcão, que, questionado diretamente sobre o assunto, defendeu o PT na cabeça de chapa. "Se houvesse alguma viabilidade, o Michel toparia na hora. Não tem. Se o PT indica o Temer, o Alckmin papa no primeiro turno. A imagem dele é muito consolidada", comentou um deputado petista. Na quarta-feira, o PMDB paulista soltou nota em que afirma que "a prioridade do PMDB de São Paulo é a manutenção da aliança vitoriosa constituída pela chapa Dilma-Temer para presidente e vice-presidente da República nas eleições de 2014". Temer e Chalita não compareceram ao evento de comemoração dos 10 anos do PT no governo federal, durante o qual Lula defendeu a reeleição de Dilma. A ausência foi interpretada por petistas como um sinal de insatisfação com as articulações para 2014.

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