segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tesouro pode cobrir custo de uso das usinas térmicas


O Tesouro Nacional poderá cobrir o impacto financeiro do custo adicional da energia das termelétricas, garantindo que essas despesas não cheguem às tarifas dos consumidores e à inflação, disseram duas fontes do governo. O uso do Tesouro também anularia o comprometimento do fluxo de caixa das distribuidoras de energia, que pagam pela geração termelétrica e são ressarcidas apenas depois, na ocasião do reajuste anual tarifário. A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) estima que a conta pelo uso das térmicas de outubro passado a janeiro deste ano já totalizou cerca de 4 bilhões de reais, sendo 1,5 bilhão de reais apenas no mês passado. Quase a totalidade da capacidade de geração térmica de energia no Brasil está sendo usada diante do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. Segundo uma das fontes, o custo das térmicas será pago com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), antigo tributo que passou recentemente a ser uma espécie de encargo único para todos os subsídios ao setor. O Tesouro pode ter que emitir títulos da dívida pública para injetar na CDE. A opção por utilizar recursos públicos ocorre num momento em que a escalada dos preços preocupa. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) surpreendeu em fevereiro ao registrar alta acima do esperado, ainda pressionado por alimentos. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15, que pode ser considerado uma prévia do IPCA, índice oficial de inflação, subiu 6,18%. A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Se o Tesouro absorver o custo das térmicas, os reajustes das tarifas das distribuidoras de energia e seu impacto na inflação seriam atenuados neste ano e, principalmente, em 2014.

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