sábado, 23 de março de 2013

Banco Mundial elogia UPPs, mas diz que programa ainda tem desafios


As unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) representam um avanço para a vida dos moradores das favelas do Rio de Janeiro, mas o programa ainda tem alguns desafios a superar. A conclusão é de um estudo divulgado ma sexta-feira pelo Banco Mundial, realizado em quatro favelas do Rio de Janeiro, sendo três "pacificadas". O estudo entrevistou moradores das comunidades pacificadas de Pavão-Pavãozinho, Chapéu Mangueira-Babilônia e Borel, além de Manguinhos que, na época do estudo, em 2011, ainda não estava "pacificada". Entre as conclusões da pesquisa, está a opinião dos moradores de que a integração da favela com o resto da cidade está lenta, mas gradualmente se concretizando. Os entrevistados também destacam como positivo o fato da UPP ter trazido mais liberdade à movimentação dos moradores, na medida em que os cidadãos não têm mais tanto medo de tiroteios entre policiais e criminosos. Outro ponto positivo é o fato das crianças estarem menos expostas a ver criminosos ostentando armas. A relação dos moradores com a polícia, no entanto, continua sendo problemática. Moradores relataram aos pesquisadores do Banco Mundial a ocorrência de abusos cometidos por policiais contra moradores, especialmente os homens jovens. O estudo revela que os entrevistados temem uma supervalorização do preço dos imóveis nas comunidades, que obrigue os moradores a sair da favela, em um processo chamado pelo Banco Mundial de “remoção branca”. De acordo com a pesquisa, existe também receio em relação ao futuro do projeto, já que os moradores temem pelo que vai acontecer depois dos Jogos Olímpicos de 2016.

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