domingo, 10 de março de 2013

Cardeais prontos para conclave de terça-feira


Os 115 cardeais eleitores, com menos de 80 anos e provenientes de 51 países, analisaram no sábado a situação interna da Igreja antes de se fecharem na terça-feia na Capela Sistina para eleger em segredo o novo pontífice, que deverá obter 77 votos para se tornar o líder de 1,2 bilhão de católicos. O solene rito da eleição será realizado na imponente capela do Renascimento, um dos monumentos artísticos mais visitados do mundo. Os cardeais votaram na véspera por maioria a data de 12 de março para iniciar o conclave e, embora nesta segunda-feira pretendam prosseguir com suas reuniões preparatórias, na terça-feira cedo irão para a residência de Santa Marta, um confortável hotel dentro das muralhas do Vaticano, para iniciar uma das cerimônias mais antigas da Igreja católica. A terça-feira começará com a grande missa "Pro eligendo Romano Pontifice" na basílica de São Pedro, que poderá contar com a presença dos fiéis, assim como do corpo diplomático credenciado perante a Santa Sé. Durante a tarde, os cardeais eleitores se reunirão na Capela Paulina, de onde caminharão em procissão em direção à Capela Sistina cantando e orando para que o Espírito Santo os ilumine. Já na Capela Sistina, sob os magníficos afrescos de Michelangelo e depois de terem jurado manter silêncio sob pena de excomunhão, o mestre de cerimônias pronunciará o "Extra omnes!" ("Fora todos"), ordenando que aqueles que não tiverem ligação com a eleição saiam da sala. Os "príncipes da Igreja", vestidos com suas vestimentas vermelhas, não poderão se comunicar com o exterior, sem telefone ou computadores, e também não poderão enviar mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais. Se na terça-feira à tarde, após a primeira votação, o candidato não obtiver os 77 votos necessários, a fumaça preta poderá ser observada pelos milhares de fiéis, turistas e romanos que costumam se reunir na Praça de São Pedro para assistir ao histórico evento. A constituição apostólica prevê conclaves de até 34 dias interrompidos por um dia de descanso, mas no último século eles duraram no máximo quatro dias, já que o ritmo de quatro votações ao dia acelera o processo para identificar o favorito. "No século XX foram muito curtos: de dois, três a quatro dias. O candidato que recebe mais consenso aparece mais ou menos rápido", explicou Lombardi. Tudo parece indicar que os cardeais de todo o mundo revisaram abertamente todos os problemas que atingem a milenar instituição, que atravessa uma grave crise de credibilidade depois de ter sido atingida por graves escândalos e controvérsias.

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