quinta-feira, 7 de março de 2013

Confirmado, os vetos de Dilma à Lei dos Royalties foram mesmo derrubados, e por ampla maioria de deputados e senadores


O Congresso Nacional derrubou os 142 vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei sobre a nova divisão dos royalties do petróleo. A sessão plenária durou cerca de quatro horas e acabou no começo da madrugada desta quinta-feira. O resultado preliminar da apuração aponta uma ampla derrota para os Estados produtores, como já era esperado. Com a decisão, os royalties serão distribuídos pelos estados de acordo com a população – o que tira recursos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. No Senado, foram 54 votos a 7, com um voto em branco e uma abstenção. Na Câmara, 344 deputados votaram pela rejeição de todos os vetos; outros onze optaram por uma rejeição de parte dos 142 itens. Do outro lado, 45 deputados votaram pela manutenção dos vetos. O resultado foi anunciado pelo deputado Júlio César (PSD-PI), que acompanhou a apuração. O parlamentar comemorou o resultado e criticou a pretensão do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que não aceitam a divisão equânime dos recursos. “São dois Estados que não produzem um litro de petróleo”, disse: “Quem produz é o mar. O mar, por definição, é da União”. Agora, os Estados produtores se organizam para levar o caso ao Supremo Tribunal Federal. Eles devem apresentar um mandado de segurança alegando que a sessão de quarta-feira transcorreu de forma ilegal, em desrespeito ao regimento e à Constituição. Além disso, depois que o projeto virar lei, capixabas e fluminenses apresentarão uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ao Supremo para tentar derrubar o novo modelo de divisão dos royalties. O Rio de Janeiro estima perdas de 3,1 bilhões de reais por ano com o novo modelo de partilha. “A sessão foi ilegítima sob todos os pontos de vista”, queixou-se o deputado Simão Sessim (PP-RJ) após a divulgação do resultado: “Por exemplo: o critério que o presidente adotou de forma autoritária, pinçando um veto, não dando chance a uma comissão mista apreciar. Há uma verdadeira maioria querendo atropelar”.

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