quinta-feira, 28 de março de 2013

Conselheiro do Crea estima que Estádio do Engenhão fique interditado por mais de seis meses


Pelo menos antes de seis meses o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, não deverá ser liberado para o público. A estimativa é do conselheiro para Obras de Grandes Estruturas do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), Antonio Eulálio. De acordo com ele, existe todo um processo a ser executado para a recuperação da estrutura. Primeiro terá de ser feita uma análise para saber quais as peças da estrutura metálica do estádio terão de ser reforçadas ou substituídas. Depois, é necessário elaborar um plano de montagem dessas peças. Além disso, é preciso quantificar as horas que serão gastas na recuperação para fazer uma estimativa de orçamento a fim de dar início à concorrência pública. Na avaliação de Antonio Eulálio, o aço usado na estrutura da cobertura do estádio não foi o melhor. "Poderia ter sido adotado o aço de alta resistência à corrosão, com 50% a mais de resistência e custo maior de 10% a 15%. Mas o custo-benefício seria melhor para o Poder Público", disse. Ele explicou que a estrutura metálica para recuperar é mais simples que o concreto armado, porque a peça com problema pode ser substituída totalmente ou então ser reforçada acrescentando volume à estrutura. Para o conselheiro do Crea, no entanto, o grande problema é a corrosão. Segundo ele, isso requer mais tempo de trabalho por causa da remoção da pintura e preparação da base para receber um tratamento com zinco a fim de proteger a estrutura metálica. O prefeito Eduardo Paes interditou o estádio na noite da última terça-feira, após receber o laudo detectando falhas estruturais em sua cobertura. O problema está nos arcos leste e oeste, que tiveram um deslocamento 50% a mais do que o previsto no projeto e apresentam risco de desabar sob ventos fortes. O Estádio Olímpico João Havelange foi construído para os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, e inspirado no estádio do Benfica, em Portugal. A obra, que começou em 2003, foi orçada inicialmente em R$ 60 milhões, mas o custo final ficou em R$ 376 milhões.

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