terça-feira, 5 de março de 2013

Deputado Vieira da Cunha se irrita com críticas de Carlos Araújo ao diretório do PDT

Carlos Araujo

O deputado federal Vieira da Cunha (PDT-RS) enviou nesta terça-feira uma carta aberta ao ex-pedetista Carlos Araújo para reclamar de suas críticas sobre o partido e sua direção. Para Vieira da Cunha, o retorno de Araújo para o partido “não seria construtivo”, pois a legenda já tem “inimigos na trincheira de sobra”. “Alguns dos inimigos, porque têm o sobrenome Brizola, se julgam acima do bem e do mal, dão-se ao direito de ofender publicamente a honra do presidente do partido, Carlos Lupi, e a minha”, diz a carta. Vieira da Cunha chegou a chamar a atitude de Carlos Araújo de “antiética e criminosa”. Isso porque o político critica a direção do partido que deixou em 2000, ou seja, há mais de 12 anos. “Tu, nestes anos todos, optastes pelo teu escritório privado de advocacia, e eu, o Lupi e tantos outros, permanecemos na mesma trincheira de luta”, criticou. O ex-deputado e fundador do PDT no Rio Grande do Sul, Carlos Araújo, afirmou à imprensa que a legenda está “descaracterizada” e “afastada das raízes do trabalhismo” no País, no mesmo momento em que anunciou que voltará para o partido ainda neste mês de março deste ano. Araújo, que é também ex-marido da presidenta Dilma Rousseff, diz que só voltará para a vida política para ajudar os netos de Brizola a disputar a hegemonia no partido. Araújo e Dilma são como cristãos novos no trabalhismo. Araújo tem origem, assim como sua família, no antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), e Dilma é igualmente originária do comunismo revolucionário. Ambos nunca tiveram afinidade histórica com o trabalhismo, ao contrário, combater o trabalhismo. Só foram se ligar ao trabalhismo após o desmantelamento de suas organizações revolucionários pela repressão militar, e uma vez constatado que não havia mais espaço para a luta revolucionária clandestina. Então, no Sul, fizeram a opção pelo trabalhismo. Dessa maneira pensavam praticar o que é muito comum na esquerda "revolucionária", a prática do "entrismo", que significa "entrar" em um partido ou organização diversa para tomá-lo por dentro. Só que, no caso do trabalhismo gaúcho, encontraram pela frente a figura de Leonel Brizola, que nunca permitiu a abertura de espaços para eles. Araújo também atuou contra lideranças históricas do trabalhismo gaúcho, como Alceu Colares. Quando este era governador do Estado, o então deputado estadual pedetista Carlos Araújo recebeu a visita em seu gabinete da pernambucana Renilda da Silva, que tinha um caminhão de denúncias contra a administração de Collares e seus dirigentes. Araujo mandou que Renilda procurasse o escritório da advogada Marta Berenice Ferme. Em poucos dias, a partir das denúncias formuladas por Renilda da Silva, estava montada a CPI que liquidou com as carreiras políticas de Alceu Collares e Neusa Canabarro. Araújo só parou com sua carreira e ambições políticas quando se defrontou com um adversário implacável, o enfisema pulmonar.

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