quinta-feira, 21 de março de 2013

Ditadura de Cuba tenta impedir entrevista de Yoani Sanchez na ONU


A apresentação da blogueira opositora cubana Yoani Sánchez na sede das Nações Unidas, em Nova York, desencadeou nesta quinta-feira um incidente diplomático, diante da exigência da ditadura facínora de Cuba de que não utilizasse a sala oficial de coletivas de imprensa da organização. Yoani Sanchez, que está em uma viagem internacional desde fevereiro, teve que ir a uma sala improvisada do andar ocupado pela Associação de Correspondentes da ONU, organizadora do encontro e não no grande auditório. Durante a coletiva de imprensa, Yoani Sánchez denunciou as ações do "longo braço do castrismo" para "evitar que as vozes críticas não governamentais tenham acesso a espaços em organismos internacionais", e indicou que "já é hora" de a ONU "sair de sua letargia e reconhecer que o governo cubano é uma ditadura". "Estou orgulhosa de que minha primeira vez neste edifício tão significativo das Nações Unidas seja com meus colegas correspondentes. Valorizo muito", acrescentou a blogueira que, na véspera, foi recebida na Casa Branca e no Congresso americano em Washington. A decisão de não permitir que Yoani Sánchez utilizasse o auditório principal para coletivas de imprensa atendeu a um pedido expresso do embaixador cubano na ONU, Rodolfo Reyes, ao secretário-geral Ban Ki-moon, através de uma carta oficial de protesto enviada na segunda-feira. Na mesma carta, a ditadura cubana solicitou que "não seja permitido que as instalações da Organização sejam manchados e sua utilização manipulada em função de interesses espúrios". "Incidentes como esse infringem um severo dano ao funcionamento normal e à credibilidade das Nações Unidas", sustenta o documento. Para o embaixador Reyes, a coletiva de imprensa organizada pela UNCA foi um "ato anti-cubano" e considerou um "grave atentado" contra o clima de cooperação nas Nações Unidas, segundo a carta. Em meio ao incidente que desencadeou a chegada de Sánchez, o porta-voz de Ban Ki-moon, Martin Nesirky, deixou claro nesta quinta-feira que a coletiva de imprensa não foi organizada pela secretaria da ONU, mas pela UNCA, "uma entidade independente". Yoani Sánchez precisou esperar anos para obter seu passaporte e fazer uma viagem internacional.

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