quarta-feira, 27 de março de 2013

Engenhão ficará fechado enquanto houver risco de desabamento da cobertura


O Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, continuará interditado por tempo indeterminado, até que sejam feitas todas as intervenções necessárias para que não haja mais qualquer risco de desabamento da cobertura, informou hoje (27) o diretor-presidente da Empresa Municipal de Urbanização, Armando Queiroga, em entrevista concedida ao lado do engenheiro responsável pelo Consórcio Engenhão, Marcos Vidigal. Segundo Vidigal, um relatório elaborado pela empresa alemã SBP apontou a existência de risco de a cobertura ruir em caso de ventos de mais de 63 quilômetros horários, que são relativamente frequentes na cidade. O relatório foi feito a pedido do consórcio e encaminhado à prefeitura do Rio de Janeiro na terça-feira. Por ter recebido o relatório no dia anterior, Queiroga disse apenas que a prefeitura e o consórcio vão "se debruçar arduamente" sobre o problema para que o estádio seja reaberto o mais rápido possível. Ele informou que a interdição vai durar o tempo que for necessário e que serão necessários pelo menos 30 dias para definir alguma medida a ser tomada. O Consórcio Engenhão assumiu as obras do estádio em situação emergencial, em 2007, ano em que o Rio de Janeiro foi sede dos Jogos Pan-Americanos. De acordo com Vidigal, na ocasião, apenas 25% da montagem estavam prontos, mas o projeto já tinha sido contratado na totalidade, bem como o material a ser usado na construção. O primeiro problema na cobertura do estádio ocorreu quando foram retiradas as escoras que a mantinham na posição correta. Segundo o engenheiro, houve um deslocamento cerca de 50% maior que o previsto nas partes oeste e leste da estrutura, o que motivou a elaboração de relatórios desde então. Em 2009, um relatório da empresa portuguesa Tal informou que o estádio deveria ser interditado sempre que os ventos fossem superiores a 115 quilômetros horários, considerados raros na cidade. O consórcio continuou a avaliar o estádio e, segundo Vidigal, apenas após a análise da SBP, foi possível reconhecer o risco com ventos mais frequentes. A empresa alemã testou, em um túnel de vento, uma maquete atualizada do estádio, considerando os deslocamentos da cobertura. Vidigal destacou que não há risco para as construções próximas ao Engenhão, nem para o campo anexo usado em treinos do Botafogo, que arrendou o estádio. O engenheiro afirmou também que a oxidação e a fissura na cobertura que foram fotografadas não têm qualquer relação com o risco que motivou a interdição.

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