quinta-feira, 7 de março de 2013

Ferrovia da petista Dilma Rousseff terá que ser refeita antes da inauguração


Os ministros do Tribunal de Contas da União estão acostumados a apontar fraudes e superfaturamento numa das obras mais recorrentes na pauta da Corte petista, a Ferrovia Norte-Sul. Ainda assim, eles se dizem surpresos com novas irregularidades detectadas por auditorias. Nenhum trem desliza pelos trilhos da Norte-Sul, mas auditores do Tribunal de Contas da União encontraram trechos recém-concluídos onde é real o risco de descarrilamento em curvas muito acentuadas. Ou seja: a estatal Valec Engenharia, responsável pela obra de 3,1 mil quilômetros, construiu trechos tão curvos que o trem pode sair dos trilhos "caso atravesse a curva em velocidades muito reduzidas ou até mesmo pare nesse segmento". O risco de descarrilamento foi demonstrado em auditorias sobre a qualidade da Ferrovia Norte-Sul, aprovadas na quarta-feira pelo plenário do Tribunal de Contas da União. Diante da gravidade dos problemas, os ministros do tribunal determinaram também que a Valec apure responsabilidades das empreiteiras contratadas. Os ministros do Tribunal de Contas da União apontaram em três acórdãos, referentes a três trechos da Norte-Sul, a "gestão temerária" e o "controle deficiente" da qualidade da ferrovia, antes mesmo de começar a funcionar. Em plenário, os ministros incluíram nas decisões o encaminhamento dos resultados à Casa Civil da Presidência, para ciência da presidente Dilma Rousseff. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União já havia concluído outra auditoria sobre problemas estruturais de rodovias recém-concluídas. Nove entre 11 obras rodoviárias a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) apresentaram problemas, em média, sete meses depois de ficarem prontas. Um trecho no Maranhão precisou ser reparado um mês depois do fim das obras. O trecho da Ferrovia Norte-Sul com risco de descarrilamento tem sete quilômetros, entre Anápolis (GO) e o Túnel 2. "As curvas irão restringir a capacidade operacional da ferrovia", cita a auditoria aprovada na quarta-feira pelo Tribunal de Contas da União. Em um trecho da ferrovia no Estado de Tocantins, falhas no processo de resfriamento das soldas podem levar à quebra dos trilhos e a danos nas rodas. Dormentes de madeira já estavam deteriorados. O mesmo problema foi detectado em um trecho de 39 quilômetros entre Anápolis e Ouro Verde de Goiás.

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