sexta-feira, 15 de março de 2013

Jovem é maior grupo de endividados


Entre as ambições para a construção de uma carreira, os pequenos luxos do cotidiano e os momentos de lazer, os jovens são grandes consumidores de produtos e serviços. Não são raros os meses em que o salário não alcança a soma de ansiedade, mais ambição, mais estímulo pelo consumo, mais crédito fácil. O resultado é que o maior índice de pessoas com dívidas em atraso (38,28%) está na faixa entre 16 e 20 anos, conforme a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre com base em dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). O início da vida financeira conturbado se acentuou com o maior acesso à tecnologia, avalia o diretor executivo da CDL, Ricardo Guimarães: "Começou a partir do momento que teve o boom da telefonia celular. São novidades que atraem os olhos de quem ainda não aprendeu a lidar com orçamento limitado. Novos smartphones, tablets ou carros. Roupas mais bonitas, de grifes. Viagens para lugares distantes. Games viciantes que exigem consoles potentes. Ter coisas enturma, faz o jovem se sentir poderoso e bem-sucedido. São alguns dos motivos que geram o consumo desenfreado", diz a professora de ciências do consumo aplicado da ESPM e consultora na área, Suzana Carvalho: "Atualmente, o dinheiro tem muito mais importância na vida das pessoas do que anos atrás, e o estímulo ao consumo é grande". Nesta quinta-feira, Dia do Consumidor, a presidente Dilma Rousseff anunciou medidas para modernizar as relações de consumo no Brasil. Não conseguir pagar as contas em dia é comum a milhares de pessoas. Apesar da queda pelo quarto mês seguido, o número de brasileiros que não quitaram dívidas em fevereiro foi 10,1% maior que no mesmo mês de 2012, segundo a Serasa Experian. No Estado, o índice cresceu 4% em janeiro em relação a dezembro. A grande oferta de crédito é outro fator destacado por especialistas como vilão na busca pela saúde financeira. Se a posse de objetos é valorizada, os números que transitam entre uma conta e outra parecem não fazer mais sentido, mesmo quando surgem naquele temido tom avermelhado na tela do caixa eletrônico.

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