quinta-feira, 21 de março de 2013

Torra-torra na Petrobras para fazer caixa


Petrobras troca o excelente negócio das termoelétricas e mantém a refinaria nos Estados Unidos, para não dar ressonância a um escândalo que gerou mais de R$ 1 bilhão de prejuízo à estatal desmontada pelo PT. Oitava maior produtora de energia elétrica do País, a Petrobras quer reduzir sua participação na geração térmica para se concentrar no seu negócio principal: a produção de petróleo e gás natural. A empresa não comenta oficialmente o assunto. Segundo duas pessoas próximas ao tema, a Petrobras incluiu algumas de suas usinas termelétricas no seu sigiloso Programa de Desinvestimentos (Prodesin), que prevê obter US$ 9,9 bilhões para os cofres da estatal neste ano. Os recursos vão ajudar a concretizar o Plano de Negócios 2013-2017, divulgado na semana passada, no valor de US$ 236,7 bilhões. De acordo com o presidente da Abragef (Associação Brasileira de Geração Flexível), Marco Antônio Veloso, já começaram a surgir rumores entre associados sobre uma possível venda de térmicas da empresa: "Outro dia me ligou um agente dizendo que teria comprador paras as térmicas da Petrobras, mas só se fosse com venda do controle. Já está havendo um movimento". Para ele, sempre é época de adquirir bons ativos e a estatal deve conseguir atrair investidores. Segundo suas estimativas, uma térmica a óleo de 100 MW, por exemplo, pode custar entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. "Mas, como já está pronta e operando, a Petrobras pode pedir um pouco mais". O processo ainda está no início e não há previsão de quanto poderá ser arrecadado. O foco principal serão as térmicas que não utilizam gás natural, cuja operação é mais onerosa, mas que encontrariam facilmente comprador. "Basta a Petrobras anunciar a venda que vai fazer fila na avenida Chile", diz o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Adriano Pires, referindo-se ao endereço da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. As usinas térmicas a gás natural são acionadas antes das movidas a óleo pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) por terem custo de operação mais baixo. Desde o fim de 2012, no entanto, todas as usinas térmicas do País estão funcionando em razão dos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, e continuarão assim por todo o ano de 2013, podendo entrar 2014 adentro em plena atividade. Tudo vai depender do regime de chuvas e da recomposição dos lagos das usinas, que alcançaram o mais baixo nível da história, colocando o País à beira de um apagão energético e de grande racionamento de energia.

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