A
manutenção pelo Senado Federal de uma tabela de distribuição dos recursos do
Fundo de Participação dos Estados (FPE), cuja rigidez foi julgada
inconstitucional, "é quase uma provocação ao Supremo Tribunal Federal".
Foi o que disse nesta terça-feira o secretário da Fazenda do Estado de São
Paulo, Andrea Calabi. Ao se referir ao Projeto de Lei Complementar do Senado nº
192, que estabelece normas sobre o cálculo, a entrega e o controle das
liberações dos recursos do FPE, Calabi disse que a grande questão do fundo é
que São Paulo, que tem 42 milhões de habitantes, na proporção de 22% de toda a
população brasileira, recebe apenas 1% do montante global distribuído -
responde pelo recolhimento de 40% de toda a soma. De acordo com ele, essa
distorção ocorre por conta de falhas de legislação e da sub-representação do
Estado na Câmara dos Deputados, com a limitação do número de parlamentares para
as maiores unidades da Federação. "Então, São Paulo, que tem desafios
enormes na questão metropolitana, tem um número de pobres muito superior aos
outros Estados, tem questões pendentes e difíceis pertinentes às grandes
cidades, não está recebendo FPE nenhum, praticamente. Isso é um absurdo",
contestou. Pior ainda, segundo Calabi, é que "a proposta em curso reduz o
1%". Questionado sobre o que o governo de São Paulo faz para resolver essa
dificuldade, o secretário da Fazenda do Estado de São Paulo disse que a
administração estadual está batalhando e mudando o sistema. "O STF já
declarou a inconstitucionalidade da rigidez dessa tabela de distribuição, mas,
estranhamente, o Congresso está reativando a tabela que já havia sido
revogada", denunciou. "Isso é quase uma provocação do Congresso ao
STF", reforçou.
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