Ao
tomar conhecimento dos supostos casos de abuso sexual de adolescentes que
utilizavam o transporte escolar de Xangri-lá, no Litoral Norte, o Conselho
Estadual de Trânsito (Cetran) formou uma ofensiva para inspecionar a situação
do Departamento de Trânsito do município. A conclusão é um pedido de interdição
do órgão, baseado na estrutura e organização precárias que teriam sido
encontradas em vistoria realizada na sexta-feira. Conforme o presidente do
Cetran, Jaime Lobo Pereira, há veículos usados no transporte que estão sem
caracterização ou com vistoria vencida e pelo menos um motorista realiza a
função de conduzir os estudantes sem ter curso na área. Na terça-feira, uma
reunião do Cetran colocará em votação o pedido de interdição do presidente. Se
aprovado, devem ser disponibilizados 15 dias para a prefeitura apresentar
defesa. Pereira também alerta para a falta de detalhamento do currículo dos
motoristas. Não foram encontradas, por exemplo, certidões de negativa criminal
de cada funcionário. O secretário municipal de Obras, Serviços Públicos e
Trânsito, Lauro Jardim, explica que o departamento de trânsito tem apenas dois
funcionários e afirma que os problemas estruturais foram herdados de gestões
anteriores. Segundo ele, os motoristas são funcionários concursados e realmente
houve dificuldade de encontrar a documentação detalhada. Jardim não considera
necessária a interdição e acha que, se o Cetran conceder um tempo para o órgão
se reorganizar, já é suficiente. Uma jovem de 18 anos, que é surda, revelou que
ela e um amigo de infância, de 15 anos, estudantes da mesma escola, eram
abusados sexualmente na volta da aula há cerca de um ano. O acusado é um
motorista de van escolar da prefeitura de Xangri-Lá, concursado há 18 anos, que
dirigia um veículo usado no transporte de crianças portadoras de necessidades
especiais.
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