O BNDES abandonou a
controvertida política de criação de “campeãs nacionais”. A informação é do
presidente da instituição, Luciano Coutinho, que não concorda com o uso desse
termo. “A promoção da competitividade de grandes empresas de expressão
internacional é uma agenda que foi concluída”, disse Coutinho, na sexta-feira,
na sede do BNDES, em São Paulo. Ele afirma que a política tinha “méritos” e
chegou “até onde podia ir”, porque o número de setores em que o País tem
potencial para projetar empresas líderes é “limitado”. O economista citou os
segmentos de petroquímica, celulose, frigoríficos, siderurgia, suco de laranja
e cimento. “Não enxergo outros com o mesmo potencial”, frisou. Segundo ele, o
BNDESPar, braço de investimentos do banco em empresas, está focado em setores
inovadores, como tecnologia da informação, farmacêutico e bens de capital. O
incentivo às “campeãs nacionais” começou há seis anos, no governo Lula, quando Luciano
Coutinho já ocupava o cargo de presidente do BNDES. Com empréstimos em
condições generosas e compras de participação, o banco injetou cerca de R$ 18
bilhões nos frigoríficos JBS e Marfrig, na Lácteos Brasil (LBR), na Oi e na
Fibria. Algumas dessas empresas estão em situação financeira delicada, como a
LBR, que pediu recuperação judicial, e o Marfrig. Ele afirmou que “poucas
instituições são tão transparentes quanto o BNDES” e garantiu que divulga todas
as operações, respeitando o sigilo bancário. Por isso, não comentou a exposição
do banco às empresas de Eike Batista, que sofrem uma crise de confiança. Disse
apenas que está “tranquilo”.
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