domingo, 7 de abril de 2013

Corpo do poeta comunista chileno Pablo Neruda será exumado nesta segunda-feira


A morte do poeta e Prêmio Nobel chileno Pablo Neruda, ocorrida pouco depois do início da ditadura de Augusto Pinochet em 1973, era dada como um caso encerrado no Chile, mas a Justiça exumará seus restos mortais nesta segunda-feira para esclarecer se ele foi, ou não, assassinado. O corpo do poeta, enterrado em sua casa no balneário de Isla Negra, na costa central chilena, será exumado às 8 horas. Os trabalhos de remoção da sepultura começaram neste domingo, informou o juiz responsável pelo caso, Mario Carroza. Peritos chilenos e estrangeiros vão examinar os restos mortais do Nobel de Literatura de 1971, em busca de substâncias tóxicas, que possam comprovar o envolvimento de terceiros. O objetivo é descartar, ou confirmar, a denúncia de seu ex-motorista e assistente pessoal, Manuel Araya. Ele garante que Neruda morreu poucas horas depois de ser envenenado com uma suspeita injeção no peito, e não fruto de um câncer, como se acreditava até agora. Araya, hoje com 65 anos, denuncia há décadas que Neruda foi assassinado pela ditadura de Pinochet para evitar que fosse para o México e, de lá, comandasse a oposição, como pretendia. Na época, o Partido Comunista, no qual Neruda militava, encarregou Araya da segurança do poeta. "Neruda foi assassinado", insistiu o ex-motorista, relatando que, na sua ausência, Neruda levou uma misteriosa injeção na Clínica Santa Maria de Santiago. O poeta havia sido internado por "segurança" nesse estabelecimento, em 19 de setembro. Neruda faleceu na noite de 23 de setembro de 1973, a poucas horas de partir para o México. Araya foi, então, detido e espancado. Somente em junho de 2011 a justiça chilena aceitou investigar o caso, após o pedido apresentado pelo Partido Comunista com base nos relatos de Araya.

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