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Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está debruçada sobre supostas
irregularidades ocorridas em assembléia geral de acionistas da Petrobrás. Caso
acionistas que tenham ligação direta ou indireta com o governo, como BNDES e
fundos de pensão de estatais, continuem exercendo direito de voto na condição
de minoritários, a Petrobrás vai ter problemas com o xerife do mercado. Pode
enfrentar também processos na Justiça. A próxima assembléia será no dia 29. É
nela que serão eleitos os membros dos conselhos de administração e fiscal,
responsáveis pelas decisões de investimento da maior estatal do País.
Estrangeiros e brasileiros minoritários nunca estiveram tão afinados na
articulação para eleger um representante. Nas últimas semanas, fecharam acordo
inédito com o governo sobre os nomes que serão indicados. Entrará o presidente
da Associação do Mercado de Capitais (Amec), Mauro Cunha. Também aceitaram a
manutenção no posto do empresário Jorge Gerdau, já conselheiro. "Vai ser a
primeira vez que teremos representante de minoritários legítimos em quase 60
anos de Petrobrás", diz o acionista minoritário e ativista societário
Romano Allegro, sobre a indicação de Cunha. Até hoje, as duas vagas destinadas
a acionistas minoritários, de um total de dez no conselho de administração,
sempre foram ocupadas por nomes do agrado do governo. Isso era possível graças
aos votos do BNDES, de seu braço de participações, a BNDESPar, e dos fundos de
pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica) e Petros (Petrobrás),
que votam como acionistas minoritários. Romano Allegro é um dos minoritários
que entraram com ação na CVM contra o direito de voto de BNDES e fundos.
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