domingo, 12 de maio de 2013

Ex-ditador da Guatemala é condenado por genocídio


O ex-ditador guatemalteco Efraín Ríos Montt, de 86 anos, foi declarado culpado de genocídio, na sexta-feira, em histórico julgamento, e se tornou o primeiro governante latino-americano e um dos poucos no mundo a ser condenado por esse tipo de crime. Ríos Montt foi condenado a 50 anos anos de prisão por genocídio e mais 30 anos por outros crimes contra a humanidade. "Os atos de José Efraín Ríos Montt se enquadram em genocídio na qualidade de autor, motivo pelo qual a pena correspondente deve ser imposta", anunciou a juíza Jazmín Barrios, ao ler o veredicto. Ela também determinou a revogação da prisão domiciliar do réu e seu ingresso em um presídio. No entanto, a defesa poderá voltar a pedir prisão domiciliar usando como argumento sua idade. Durante o julgamento, o militar negou os fatos. "Eu me declaro inocente, nunca tive a intenção, o propósito de destruir nenhuma etnia nacional. Não sou genocida". Cerca de 200 mil pessoas, na maioria indígenas, foram assassinadas durante a guerra civil que se estendeu entre 1960 e 1996. O julgamento contra Ríos Montt se concentrou no massacre de pelo menos 1.771 índios da etnia ixil maia durante seu breve governo, de 1982 a 1983. O genocídio é o crime mais grave reconhecido pelo Direito Internacional, mas, ainda assim, um dos mais difíceis de provar.

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