quinta-feira, 30 de maio de 2013

IRÃ CRIOU REDES NA AMÉRICA LATINA PARA COMETER ATENTADOS, DIZ PROMOTOR ARGENTINO

Um promotor argentino acusou na quarta-feira o Irã de se infiltrar em países latino-americanos para instalar bases de espionagem e redes de inteligência com a intenção de "cometer e patrocinar atentados" e prometeu compartilhar suas informações com outros países da região. Alberto Nisman, promotor que investiga o atentado de 1994 que matou 85 pessoas na sede da entidade judaica Amia, em Buenos Aires, disse em um documento oficial que "existem fortes e concordantes indícios" de infiltração iraniana no Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Guiana, Trinidad e Tobago e Suriname. Ele disse que sua acusação se baseia parcialmente em documentos apreendidos na Guiana, em uma casa onde morava o militante islâmico Abdul Kadir, sentenciado a prisão perpétua no fim de 2010 nos Estados Unidos por sua participação em um frustrado atentado no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York. Nisman e sua equipe analisaram provas contra Kadir apresentadas à corte federal do Brooklyn, em Nova York, durante o processo. A Justiça argentina atribuiu o atentado da Amia a agentes iranianos, e a polícia internacional (Interpol) emitiu mandados de prisão por esse caso, inclusive contra o atual ministro iraniano da Defesa, Ahmad Vahidi, apontado como coautor. Mohsen Rezaie, ex-chefe da Guarda Revolucionária iraniana e atual candidato à Presidência do Irã, também foi alvo de um mandado de prisão. Mohsen Rabbani, ex-conselheiro cultural da embaixada do Irã em Buenos Aires na época do ataque, foi apontado pela Justiça argentina como mentor do ataque. O promotor disse ter a convicção, "com base na profusa documentação apreendida na revista de seu domicílio na Guiana, de que Kadir era um discípulo de Rabbani, recebia orientações deste e levou adiante a infiltração iraniana na Guiana, cuja matriz resulta quase idêntica à estabelecida por Rabbani na Argentina".

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