domingo, 5 de maio de 2013

João Havelange pode passar por novos constrangimentos


A fim de evitar a cassação do título de presidente de honra da Fifa, do qual desfrutava desde 1998, João Havelange se antecipou a um parecer da comissão de ética da entidade e renunciou ao posto em abril. Isso veio à tona no início da semana, quando a Fifa confirmou o envolvimento do ex-dirigente em escândalos de corrupção nos anos 90. Desde então, começaram alguns movimentos, notadamente no Rio de Janeiro, que tendem a constranger ainda mais aquele que já foi o homem mais poderoso do futebol mundial. Havelange empresta seu nome para o estádio que será o coração dos Jogos Olímpicos de 2016, o Engenhão, explorado pelo Botafogo, mas que pertence à prefeitura do Rio de Janeiro. Também é presidente de honra do Fluminense, clube pelo qual foi campeão juvenil de futebol em 1931 e ganhou várias competições como nadador a partir de 1932. “O Fluminense se vê na obrigação de convocar uma assembleia para retirar esse título de uma pessoa que se envolveu em corrupção, num caso de repercussão mundial. O Flu é um clube limpo e tem de se preservar”, disse Julio Bueno, líder da oposição do Tricolor. Oficialmente, a direção clube ainda não se manifestou sobre o caso, mas vários conselheiros do Flu defendem a posição de Bueno. Já a prefeitura revelou que a possibilidade de alterar o nome do estádio não está descartada. Ressaltou, porém, que a prioridade no momento é a recuperação do Engenhão, interditado por causa de problemas estruturais. Já o Botafogo segue determinação de seus dirigentes e não se refere ao estádio com o nome de João Havelange. Documentos oficiais do clube o tratam como Stadium Rio. Até dias atrás, já era público o envolvimento de Havelange no caso, mas não havia nenhum documento emitido pela Fifa ou pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), do qual ele teve de se desligar em 2011 de seu comitê executivo também por causa do escândalo, que formalizasse sua participação em negócios ilícitos. De acordo com a Fifa, Havelange, seu ex-genro Ricardo Teixeira (que comandou a CBF de 1989 a 2012) e o ex-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, Nicoláz Leoz, receberam indevidamente US$ 22 milhões (em torno de R$ 45 milhões) entre 1992 e 2000 de uma empresa de marketing esportivo, a ISL, que “defendia” interesses da Fifa.

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