quinta-feira, 9 de maio de 2013

José Serra critica crescimento lento da economia brasileira


O ex-governador José Serra (PSDB-SP) fez nesta quarta-feira uma análise crítica da política econômica do governo Dilma Rousseff e disse que o Brasil segue uma tendência de baixa expansão da economia. "O crescimento lento, dos últimos dez anos, é a tendência da economia brasileira. De 3% ao ano e olha lá", disse ele durante palestra promovida pela FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP (Universidade de São Paulo). Porém, o ex-presidenciável afirmou que não acredita que haja uma explosão da inflação e que a redução dos juros é benéfica. "Foi bom ter baixado os juros, também porque tinha um custo fiscal fenomenal. E não tem por que ser diferente. E o aumento agora foi por conta de expectativas de alta da inflação. Eu não acredito que vá resolver a questão de inflação, que está relacionada com preços relativos, outras questões. Mas não vejo a inflação explodindo, não creio que o problema vá por aí, mas pelo lado do emprego, outras questões". Ainda assim, disse que "a inflação está no meio da estagnação". Serra disse que o modelo de expansão vinculado ao aumento do consumo está esgotado: "Não é sustentável em médio e longo prazo, não há economia que cresça sem investimento". Na exposição, o tucano afirmou que o governo não aplica recursos da própria União nem consegue estimular o setor privado a investir por "incapacidade". Na última década, segundo ele, o País vem sofrendo uma queda nas condições de exportar: "Essa situação não se sustenta. E achar que o Brasil vai viver de commodities é delirante. Não há mercado mundial para absorver as commodities". O ex-governador disse que a primeira rodada de privatização de estradas dos governos Lula-Dilma, em 2007, fracassou, e que só agora está sendo reformulado o modelo de concessões rodoviárias. Porém, na análise do tucano, um eventual sucesso da desestatização levada à frente pelo governo Dilma esbarra no loteamento das agências reguladoras entre os partidos da base. Segundo o ex-governador, mesmo o aumento do emprego formal nos últimos anos foi desigual, considerando os salários: "Houve uma distribuição distorcida nas faixas salariais, com o grosso concentrado em assalariados até dois mínimos". Ao responder sobre outros temas, disse que "o ímpeto reformista acabou, tanto na saúde como na educação".

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