quinta-feira, 9 de maio de 2013

O peemedebista Delfim Neto, signatário do infame AI-5, diz que a política industrial do governo do PT é uma tragédia


A tragédia a que se refere o artigo do ex-ministro Delfim Neto é a tresloucada "política econômica" do governo do PT, de Dilma Roussef. Czar da economia durante quase toda a ditadura militar, o signatário do infame AIU-5, atualmente um militante do PMDB e, agora, oráculo dos governantes do PT, Delfim Neto não se atreve a erguer o dedo acusatório em direção a Dilma e seus rapazes do PT. Mas, ele faz uma análise arguta sobre a desindustrialização brasileira. Ele é desfibrado e oportunista politicamente, mas não é burro. Leia o resumo feito pelo economista: 1 - a recente redução das perspectivas de crescimento do PIB de 2013 (que começou em torno de 4% e já anda em torno de 3%, com viés de baixa) deve-se, essencialmente, à pequena resposta da demanda da produção industrial nacional aos enormes estímulos fiscais, monetários, creditícios e subsídios que lhe têm sido concedidos; em outras palavras, o estímulo à demanda nacional "vaza" para a indústria estrangeira em lugar de ser suprida pela indústria nacional; esse é um fenômeno geral, como prova o crescente saldo negativo do nosso balanço de transações correntes; e é fenômeno relativamente recente;  2 - Entre 2004-2006 (com referência a 2003-2005) as vendas do varejo cresceram praticamente à mesma taxa da produção industrial, 12,0% e 11,5%, respectivamente; no período 2010-2012 (com referência a 2007-2009), o varejo cresceu 27,2% e a indústria nacional 5,1%, revelando o "vazamento" da demanda interna para a oferta externa; 3 - notemos que a diferença entre os dois períodos é de apenas seis anos; neles, de exportadores de produtos de linha branca, de vestuário, de bicicletas, de automóveis, etc. transformamo-nos em importadores; hoje nossas fábricas pedem recuperação industrial porque não têm como enfrentar a desleal concorrência externa (China, Índia, Taiwan, Coreia, México, Bangladesh e outros); 4 - há muitas explicações e múltiplas causas para isso; as mais importantes, entretanto, são duas: a) destruímos o nosso sistema de tarifas efetivas protegendo os setores de insumos básicos e b) produzimos uma violenta valorização do câmbio pelo aumento do salário nominal muito acima da taxa de câmbio nominal.

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