domingo, 12 de maio de 2013

Passa de 15 o número de políticos e empresários presos por desvio de recursos do SUS no Acre


O superintendente da Polícia Federal no Acre, Marcelo Resende, informou no final da manhã de sexta-feira que 15 pessoas foram presas, entre elas secretários e assessores diretos do governador petista Tião Viana, suspeitos de formarem um cartel com apoio de gestores públicos para direcionar obras de construção civil a sete empresas. "Os empreiteiros compunham o grupo do G-7, em que somente eles venciam as concorrências, com a ajuda de órgãos públicos para evitar que outros empresários de fora disputassem as licitações", informou o superintendente. A Polícia Federal apurou que o Programa Ruas do Povo, o principal projeto de infraestrutura urbana em execução no Acre, foi alvo de desvios ainda não mensurados. "Há valores vultosos pagos sem que as obras tenham sido executadas", afirmou o superintendente. Foram presos o sobrinho do governador Tião Viana (PT), Tiago Paiva, que responde pela Direção de Análises Clínicas da Secretaria de Estado de Saúde; o secretário de Obras, Wolvenar Camargo; além do diretor do Departamento de Pavimentação e Saneamento do Acre, Gildo César. Também foram conduzidos à sede da Polícia Federal o secretário Municipal de Desenvolvimento e Gestão Urbana de Rio Branco, Luiz Antonio Rocha; o ex-superintendente regional da Caixa Econômica Federal no Acre, Aurélio Cruz, ex-secretário de Habitação no Estado;  o empresário João Albuquerque, dono da maior empresa de construção civil do Acre, a Albuquerque Engenharia, e o empresário Narciso Júnior, diretor-superintendente da TV O Rio Branco, afiliada do SBT no Acre. Estão presos, ainda, os empreiteiros José Adriano e Francisco Salomão, ex-presidente da Fieac (Federação das Indústrias do Acre). A operação, denominada G-7, envolveu 150 agentes e cumpriu 34 mandados de busca e apreensão.  As investigações começaram em 2011 e culminaram com a identificação de um grupo de sete empresas do ramo de construção civil que atuavam em conjunto para fraudar licitações de obras públicas no Estado. Foram examinadas licitações executadas nos municípios acreanos de Tarauacá, Manuel Urbano, Plácido de Castro, Vila Campinas e Acrelândia. As investigações identificaram a existência de várias obras licitadas que jamais chegaram a ser executadas. De seis contratos examinados, totalizando R$ 40 milhões, estima-se que os cofres públicos sofreram desfalque de cerca de R$ 4 milhões. As empresas simulavam concorrer entre si, garantindo, assim, que uma delas sempre vencesse a licitação. Os concorrentes que não integrassem a organização criminosa eram eliminados ainda na fase da habilitação técnica. Durante as investigações, os policiais identificaram um processo licitatório destinado à contratação de uma clínica de exames médicos para desviar fraudulentamente recursos do SUS. Os suspeitos deverão responder pelos crimes de formação de cartel, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude à licitação e desvio de recursos públicos. O governador do Acre, Tião Viana (PT), emitiu nota em que presta "irrestrito apoio a toda e qualquer ação da polícia judiciária ao combate de ilicitudes de natureza funcional e material". Viana diz que seu governo é "absolutamente transparente no exercício de suas funções e intransigente na defesa dos valores morais da função pública e pessoal". Dentre os presos estão o seu sobrinho, Tiago Paiva, o ex-secretário de Habitação, Aurélio Cruz, quatro empresários e o diretor do Depasa (Departamento de Pavimentação e Saneamento do Acre), Gildo César, que controla o Programa Ruas do Povo, o maior projeto de infraestrutura em andamento no Estado. Também foram presos João Francisco Salomão, ex-presidente da Federação das Indústrias do Acre, o empresário Sergio Nakamura, afilhado político do senador Jorge Viana (PT-AC), irmão do governador, e Gildo Cesar Rocha, diretor do Departamento de Pavimentação e Saneamento do Estado, que é casado com uma prima de Tião Viana.

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