quinta-feira, 16 de maio de 2013

Rose do Lula será acusada de tráfico de influência


O Ministério Público Federal acredita já ter elementos suficientes para acusar Rosemary Noronha, ex-chefe no escritório da Presidência em São Paulo e "amiga íntima" do ex-presidente Lula, de tráfico de influência. Tráfico de influência é quando funcionário público solicita ou obtém alguma vantagem para si. Ela deve ser alvo de uma ação de improbidade por ter usado o posto para ajudar o ex-senador Gilberto Miranda a obter licenças para usar duas ilhas no litoral paulista, de acordo com a Operação Porto Seguro. A ajuda de Rose foi recompensada com um cruzeiro (R$ 2.500,00), uma Mitsubishi Pajero TR4 (R$ 55 mil), uma cirurgia no ouvido (R$ 7.500,00) e móveis para a filha (R$ 5 mil). Para o cargo que ela ocupava, uma verdadeira chinelice. Essa ação, na área cível, deve ser acompanhada de um pedido de bloqueio de bens. O bloqueio visa ressarcir os eventuais prejuízos que a ajuda possa ter causado à União. Na Justiça criminal, Rose já é ré. Ela responde a um processo por formação de quadrilha, enriquecimento ilícito e tráfico de influência. Na última segunda-feira a Justiça federal decretou o bloqueio de R$ 19 milhões de dez funcionários públicos investigados na Porto Seguro. Eles são acusados de ter fraudado pareceres para beneficiar o empresário César Floriano na exploração de um terminal no porto de Santos, o Tecondi. O terminal foi vendido por Floriano no ano passado por R$ 1,3 bilhão. O procurador José Roberto Pimenta Oliveira queria o bloqueio de R$ 38 milhões, mas o juiz achou "excessiva" a multa que ele queria impor. O maior valor bloqueado, de R$ 1,3 milhão, foi de José Weber Holanda, que era o número dois da Advocacia Geral da União. Ele é acusado de ter escrito um parecer a favor do empresário. A Tecondi ganhou em 1998 uma licitação para explorar uma área no porto de Santos que requeria investimentos de R$ 70 milhões. Sem uma nova concorrência, o terminal foi transferido para uma área menor, mas os investimentos exigidos eram muito mais baixos. O Tribunal de Contas da União reprovou as mudanças. Foi para evitar a perda da área que César Floriano teria pago propinas a um auditor do Tribunal de Contas da União, segundo a Polícia Federal. A Justiça bloqueou R$ 2,4 milhões dos irmãos Paulo e Rubens Vieira, acusados de liberar a suposta quadrilha. O ex-auditor Cyonil Borges, do Tribunal de Contas da União, que recebeu R$ 100 mil do grupo e depois delatou o esquema à Polícia Federal, teve bloqueados R$ 846 mil.

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