domingo, 16 de junho de 2013

AGÊNCIA DE RISCO FITCH REDUZ NOTA DA OGX

A agência de classificação de risco Fitch informou, nesta sexta-feira, que reduziu as notas de crédito da petroleira OGX, de Eike Batista. As notas de curto prazo foram rebaixadas de "B-" para "CCC", enquanto as de longo prazo caíram de "BB+" para "CCC". As notas indicam alto risco de inadimplência. "O rebaixamento do rating reflete a maior incerteza em relação à vontade e capacidade do controlador da OGX, Eike Batista, de honrar o aporte US$ 1 bilhão na companhia", afirmou a Fitch. A nota da agência também informava que Eike Batista reduziu sua participação na companhia a 58,92%, através da venda de 2,17% das ações da OGX em maio, e que essa venda faz crescer as preocupações sobre o compromisso dele com a companhia. Eike Batista concedeu em outubro do ano passado o direito à OGX de exigir a subscrição de ações da companhia até o limite máximo equivalente a US$ 1 bilhão, ao preço de exercício de R$ 6,30 por ação, quase quatro vezes o valor do papel da petrolífera na Bovespa atualmente. Na prática, o direito permite que a companhia exija de Eike Batista o aporte desse valor na empresa. A opção poderá ser exercida pela OGX a qualquer momento até 30 de abril de 2014, conforme necessidades de capital da OGX e ausência de alternativas mais favoráveis, condições que serão determinadas pela maioria dos membros independentes do Conselho de Administração. Na época, Eike Batista disse que a opção concedida era um sinal de confiança nos ativos da companhia, "bem como nas novas oportunidades que o setor de óleo e gás oferece à OGX". Na quinta-feira, a ação da OGX caiu pela primeira vez abaixo de R$ 1,00 diante da persistente desconfiança do mercado com as perspectivas para a empresa. O papel recuou a R$ 0,97 na mínima durante o dia, com desvalorização de 6,7%. No final do dia, no entanto, as ações se recuperaram. A OGX estreou na Bovespa, em 13 de junho de 2008, cotada a R$ 11,31, considerando o preço ajustado por desdobramento de papéis, e chegou a ser cotada acima de R$ 23,00 em outubro de 2010. Em 12 meses, até o fechamento de quarta-feira, a ação acumula queda de 89%, em um movimento explicado em parte por dados de produção abaixo das estimativas e crescentes preocupações sobre a situação do caixa da petrolífera. Só este ano, a OGX perdeu R$ 10,3 bilhões em valor de mercado, segundo dados da consultoria Economatica, "encolhendo" para um valor total de R$ 3,7 bilhões. Mas o mau humor de investidores para com os papéis da companhia e de outras empresas do grupo EBX se agravou após notícia de que Eike Batista vendeu ações da OGX no fim de maio. Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o empresário vendeu 70,47 milhões de papéis, por um total de R$ 121,82 milhões.

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