segunda-feira, 3 de junho de 2013

EX-DIRETOR DO INPE, GILBERTO CÂMARA, DIZ QUE "VIVEMOS EM UMA CULTURA DA MEDIOCRIDADE"

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) “está no fundo do poço”, segundo o seu ex-diretor, Gilberto Câmara, que pediu exoneração do cargo um ano atrás. Não só o Inpe, diz ele, como vários outros institutos e universidades federais que se esforçam para produzir ciência tecnologia, mas não conseguem, por causa de uma legislação “arcaica” que os impede de trabalhar de forma minimamente eficiente. “Vivemos numa cultura de mediocridade”, afirma Câmara. “O sistema público é incompatível com a cultura de mérito, competência e busca de resultados que a ciência precisa para se desenvolver. Ou o mérito vence essa burocracia, ou a burocracia vai acabar com o mérito da ciência e tecnologia no Brasil", disse ele. Indignado com a situação, Câmara escreveu um artigo para o Jornal da Ciência, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), publicado online no dia 22 de maio, com críticas aos marcos legais do regime público e à maneira como os órgãos controladores da União – Advocacia-Geral (AGU), Corregedoria-Geral (CGU) e Tribunal de Contas (TCU) – interpretam essas leis. "Quero dizer que o Inpe perdeu a capacidade de cumprir suas missões, porque os meios necessários para cumprir essas missões são limitados pelo sistema de administração direta, pelo regime jurídico único e pelo controle da AGU, do CGU e do TCU, em que predomina a regra do ‘não pode’ e os funcionários públicos têm de ser contratados para a vida eterna", critica Gilberto Câmara.

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