O Fundo Monetário
Internacional (FMI) divulgou nesta quinta-feira nota técnica avaliando o setor
financeiro brasileiro e um conjunto de medidas macroprudenciais usadas em 2010
para garantir a estabilidade do sistema. O documento foi concluído em janeiro e
traz sete recomendações para o Brasil. Uma das sugestões é que o País crie um
comitê para monitorar o risco sistêmico e coordenar crises. Seria um comitê
formados por diversos representantes do setor financeiro. Outra recomendação é
que o Brasil deveria desenvolver modelos analíticos avançados para avaliar o
risco sistêmico. O relatório fala também em criar um índice de preços de
moradia, com abrangência nacional. O documento do FMI revela preocupação com a
alta de preços dos imóveis, que tem sido rápida em algumas regiões
metropolitanas, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro. Em média, o preço dos
imóveis tem subido cerca de 30% ao ano, moderando um pouco em 2011, destaca o
relatório. Sobre o sistema financeiro, o documento destaca a concentração do setor,
sobretudo na mão de grandes instituições locais, e a forte presença dos bancos
públicos no mercado de crédito. A presença de instituições estrangeiras, que
representam 20% dos ativos, é considerada baixa. O documento aponta que o risco
sistêmico é baixo, mas o ambiente é desafiador. Um dos riscos mencionados é
sobre a possibilidade de aumento de inadimplência, em meio ao forte crescimento
do crédito em anos recentes, que fez os níveis de endividamento das famílias
crescer em anos recentes, para níveis que devem ser olhados com cuidado. O
Brasil está exposto às incertezas da economia global e a volatilidade do fluxo
de capital, mas as grandes reservas internacionais do país fornecem um
“colchão” significativo.
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